Mercados de lado em dia de inflação ao produtor
Futuros reduzem ganhos nesta manhã, com investidores cautelosos antes de dados de inflação ao produtor nos Estados Unidos hoje e após fecharem em alta ontem, quando o CPI surpreendeu positivamente. Bolsas sobem na Europa, seguindo um movimento já observado de rotatividade nos portfólios. No Brasil, mercado monitora dados de serviços, além de números da temporada de balanços.
Estados Unidos
Os índices norte-americanos fecharam em alta ontem, motivados por números melhores que o esperado de inflação, com o CPI vindo abaixo das expectativas e desacelerando ante o mês anterior, dando fôlego às apostas de que o Fed poderia retomar seu ciclo de corte nos juros em breve. Esta narrativa tem ganhado força nos últimos dias, com os investidores reacessando os impactos das tarifas recíprocas sendo colocadas por outros países aos Estados Unidos. Ontem, tivemos mais um avanço nestas discussões, com Trump mirando agora a Europa. Temos visto uma divisão no mercado entre aqueles que veem o fim do rali das bolsas norte-americanas e buscam alternativas em outros mercados e aqueles que acreditam que a correção dos últimos dias foi apenas momentânea e devemos ver recuperação à frente. De qualquer maneira, o momento ainda é de grande incerteza. O índice VIX segue próximo a 25 pontos, patamar que mostra um maior nível de receio em Wall Street. Hoje, mercado aguarda dados de inflação ao produtor (o PPI) e as expectativas são de desaceleração, seguindo o observado no CPI ontem.
Mundo
Na Ásia, tivemos um dia de desempenho negativo, mas com leve correção. O foco local fica por conta da escalada de uma guerra comercial em nível global, mas também nos impactos no crescimento dos países no continente. No Japão, o BoJ refutou a necessidade de interferir no mercado de bonds por enquanto. Na Europa, apesar do cenário de cautela com as novas ameaças de tarifas por Trump, as bolsas sobem, mantendo a tendência positiva que temos observado desde o início do ano. O STOXX, índice que traz as maiores empresas da região, sobe mais de 7% este ano, reflexo de uma migração positiva de fluxo de capital, com o mercado europeu funcionando como uma alternativa dentre os desenvolvidos. Por lá, ainda é destaque as discussões sobre aumento das despesas com defesa, em especial na Alemanha.
Brasil
Ontem, o Ibovespa também encerrou o dia em leve alta, de 0,29%, beneficiado pelo IPCA que veio em linha com o esperado, confirmando um cenário ainda de cautela, mas apresentando sinais de melhora. No entanto, para a próxima decisão do Copom, ainda devemos ver um aumento de 100 p.b. na Selic, levando-a a 14,75%. Hoje, teremos dados de serviços que podem seguir mostrando a tendência de desaceleração observada nos últimos meses e em outros indicadores. As discussões sobre a acomodação do Pé-de-Meia, além dos cortes previstos no Bolsa Família, ficam também no radar dos investidores, que aguardam também o Orçamento. No lado corporativo, temos balanços da temporada, com Eletrobras, Magazine Luiza, Natura e Prio.
Abertura
Na abertura, o índice dólar (DXY) tem leve alta de 0,12% e futuros em Wall Street avançavam, mas agora estão de lado. Juros das Treasuries tinham leve avanços, com os T-Bonds de 10 anos em 4,32%. Petróleo recua e ouro avança. Bitcoin sobe um pouco, a US$ 83 mil.