Trump e Putin conversam
Bolsas europeias têm forte avanço nesta manhã, impulsionadas pelo início das conversas entre Trump e Putin, o que poderia por fim à guerra na Ucrânia. Ontem, mercados fecharam negativos com CPI nos Estados Unidos acima do esperado. Hoje o foco fica por conta do PPI nos Estados Unidos e dados de mercado de trabalho, além da produção industrial na Europa. No Brasil, o foco está nos dados do varejo, além de coletiva do Ministério da Fazenda e balanços.
Estados Unidos
O CPI ontem veio bem acima das expectativas, mostrando que a inflação persiste e trazendo desafios ao Fed e seu processo de flexibilização dos juros. O próprio Powell ressaltou que ainda tem trabalho a ser feito para trazer a inflação de volta à meta e que é necessário manter uma política mais restritiva neste momento. Os dados adicionam-se aos receios já em vigor com relação às tarifas de Trump no processo inflacionário. Com isso os juros voltaram a subir e mercado passou a precificar um novo corte apenas no segundo semestre do ano. Hoje, no entanto, mercados operam atentos à conversa entre Trump e Putin e a possibilidade de termos um fim à guerra da Ucrânia, outra promessa de campanha e do discurso inaugural do Trump. Na agenda, inflação ao produtor (PPI) fica no radar, com expectativas de alta de 0,3% m/m.
Mundo
As bolsas asiáticas tiveram comportamento misto nesta madrugada, com queda na China e forte alta no Japão. O Nikkei avançou, com dados de inflação acelerando e apostas de que o BoJ possa aumentar os juros por lá. Já na China, vimos correção do setor de tecnologia, após as fortes altas dos últimos dias. Na Europa, bolsas sobem impulsionadas pela possibilidade de avanço nas conversas entre Trump e Putin e o fim da guerra na Ucrânia, o que poderia trazer menos incertezas à região que vem lidando com elevados custos de energia e menor confiança geral. A temporada de balanços também ajuda na alta dos índices com Nestlé e Siemens após bons resultados na temporada. Na contramão, os papéis do Barclays recuam, após o banco ter mantido seu guidance para o próximo ano inalterado, sinal recebido como muito conservador pelo mercado.
Brasil
Acompanhando o movimento global, porém mais intensificado por aqui, o Ibovespa encerrou em queda de 1,7% ontem, enquanto o dólar fechou em R$ 5,76, afetados pelos dados de inflação piores que o esperado nos Estados Unidos, o que poderia manter os juros mais altos por lá por mais tempo. Os dados de serviços ontem mostraram uma queda maior que o esperado, reafirmando a tendência de desaceleração do setor e da atividade como um todo. Mesmo assim, 2024 encerrou com alta de 3,1%. No entanto, essa tendência de desaceleração, se intensificada do 1T25, pode levar o Copom a encerrar seu ciclo de alta antes do previsto. Hoje, mercado local atenta aos dados do varejo e balanços de grandes empresas.
Abertura
Na abertura, o índice dólar (DXY) recua, enquanto os futuros em Wall Street ainda estão sem direção definida. Os juros das Treasuries caem, após a forte alta de ontem e o petróleo cede, com possibilidade de fim da guerra na Ucrânia. Bitcoin tem forte queda e opera próximo a US$ 95 mil. Ouro avança.