Geopolítica, mudança de rota na China e BCs globais
A semana começa agitada pela ótima geopolítica com a queda de Assad na Síria, mas também pelo lado econômico com o anúncio de que uma política monetária mais frouxa deverá ser adotada na China no próximo ano. No radar também, diversos Bancos Centrais decidem sobre juros na semana, com reuniões na Europa e Brasil, dentre outros.
Estados Unidos:
Em Nova Iorque, as bolsas operam sem direção definida nesta manhã, com investidores processando os últimos acontecimentos geopolíticos, as notícias com China e as expectativas com a decisão de juros pelo FOMC na semana que vem. O último dado do payroll veio acima do esperado, com adição de 227 mil vagas, e mostrando que o mercado de trabalho continua forte e saudável, apesar da leve piorada na taxa de desemprego. A economia norte-americana também se mostra resiliente e os membros do Fed vêm ressaltando esses dados para sinalizar que o ciclo de cortes poderá ser mais curto do que esperado. Mercados monitoram também dados de inflação ao longo da semana que deve se manter ainda elevada, dando ainda mais munição ao discurso do Fed.
Mundo:
Apesar de ofuscada, a notícia de que o governo chinês deve alterar sua política monetária no próximo ano foi bem recebida pelos investidores. A decisão vem em resposta às ameaças de Trump e deve refletir uma estratégia mais frouxa para o próximo ano, com mais estímulos fiscais visando, dentre outros, maior consumo interno. A decisão marca a maior mudança deste tipo desde 2011. Na Europa, as bolsas operam mistas, de olho nos conflitos no Oriente Médio, além das próprias incertezas política, com França no cerne do cenário, mas a volatilidade por lá arrefece. Papéis de empresas voltadas à economia chinesa avançam, como mineradoras e varejo de luxo. Setores como construção e infraestrutura também sobem, sob expectativas de reconstrução na Síria.
Brasil:
O Ibovespa encerrou em queda forte na sexta, recuando 1,5%, diante das preocupações com a tramitação do pacote de gastos no Congresso. Com isso, o dólar também voltou a subir para R$ 6,09. Exportadoras e Bancos tiveram contribuição negativa importante no índice, mas hoje Vale pode recuperar com notícias da China. A agenda política está cheia esta semana que será decisiva para a reforma tributária. O ajuste fiscal também deve avançar na Câmara, apesar das resistências enfrentadas pelo pacote e que devem levar a algumas alterações. Na semana, teremos a decisão do Copom que deve trazer um novo aumento de 75 p.b. na Selic, para 12%, em resposta às expectativas de inflação que continuam desancoradas, conforme último relatório Focus. Será a última reunião de RCN na presidência e Gabriel Galípolo assume a partir de janeiro com o desafio de agradar a gregos e troianos, em cenário de difícil atuação.
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) recua, enquanto futuros em Wall Street estavam sem direção única. Os juros das Tresuries também estavam de lado, enquanto investidores aguardam mais dados de inflação na semana. Commodities avançam com China e Oriente Médio e bitcoin recua.