Fed corta lá e nada do nosso corte (de gastos) por aqui
Ainda embalados pela vitória de Donald Trump, mercados em Wall Street ampliaram ganhos após esperado corte de juros pelo Fed. Ações de tecnologia foram destaque por lá. No oriente, mais estímulos na China são anunciados, mas não surpreende o mercado. E por aqui, mercado desanda, esperando o pacote de corte de gastos, que parece que vai ficando para a semana que vem.
*Estados Unidos*
Como esperado, o Fed cortou os juros em 0,25 p.p. na tarde de ontem, destacando a força da economia norte americana e que a inflação segue convergindo para a meta, mas que o comitê segue dependente de dados para as próximas decisões. Powell também afastou especulações de que poderia sair caso Trump pressionasse, reforçando a autonomia do Fed. Os mercados seguiram ainda mais otimistas e registraram máximas históricas ontem, ainda embalados pela vitória de Donald Trump, com destaque para as ações de tecnologia, com a Nasdaq acumulando um ganho semanal de 5,6% e demais índices também com altas expressivas com o rali pós-eleitoral. Nesta manhã, futuros em Nova York seguem avançando embalados pelo otimismo pós-eleitoral, Fed e acompanhando a queda nos juros das Treasuries. No radar, investidores esperam dados da confiança do consumidor e expectativas de inflação da Universidade de Michigan e monitoram falas de dirigentes do Fed.
*Mundo*
Na Ásia, bolsas encerraram sem direção única, com destaque para o mercado chinês que recuou esperando novos estímulos para a atividade. A vitória de Trump vai pressionando o governo chinês a pensar em novos estímulos, dado o maior protecionismo esperado com a vitória do republicano. E ao final do dia a China elevou o teto para dívidas de governos locais em US$ 840 bilhões, o que não animou tanto os mercados. Na Europa, mercados abrem em queda, mesmo com otimismo em Wall Street e queda de juros de 0,25 p.p. também no Banco da Inglaterra e seguem embaladas pela decepção com estímulos na China e queda no setor de luxo após vendas fracas da Richemont, controlador da Cartier.
*Brasil*
De olho nos seus próprios desafios, o Ibovespa recuou ontem, embalado pela preocupação ainda com a entrega de um pacote de corte de gastos e pelo aumento de 0,50 p.p. na taxa de juros pelo Copom, que deixou em aberto o grau de ajuste do ciclo e ainda preocupado com o fiscal e a pressão do câmbio na inflação. Investidores seguem esperando pelo pacote de corte de gastos do governo e o anúncio que estava previsto para essa semana, pode ser que fique para a semana que vem. O mercado quer saber o grau de robustez do pacote e Haddad segue em diversas reuniões com ministros de diversas esferas e o governo com o mercado de olho. No cenário corporativo, a Petrobras reportou seus números voltando a registrar lucro superando o mercado, mas dividendos seguem no centro das atenções. Para hoje, mercado monitora o IPCA de outubro.
*Abertura*
Na abertura, o índice dólar (DXY) tinha ligeira alta, futuros em Wall Street avançam e mantém o rali pós-eleitoral. Já as Treasuries estendem perdas e o bitcoin tem ligeiro ganho, recorde na semana. Commodities recuam com pacote chinês decepcionando.