Depois de ontem. Decisão do Fed e Cesta Trump no radar
Depois de um dia de grandes movimentações, hoje bolsas mantém o otimismo, com altas generalizadas nos continentes. O dólar perde um pouco de força e investidores se preparam para decisão do FOMC no fim do dia. No Brasil, Copom anunciou nova alta para Selic e hoje mercado atenta para reunião de Lula e Haddad e as discussões sobre o pacote de cortes de gastos.
Estados Unidos:
Após um dia de forte alta nos mercados, as bolsas hoje mantêm o movimento positivo, conforme os investidores vão se posicionando no chamado “Trump trade”. Analistas e economistas esperam que o novo presidente impulsione a economia e os lucros das empresas por meio de políticas que favorecem as companhias, como redução de impostos. No entanto, mercado também precifica um cenário de menos cortes nos juros à frente, tendo em vista o posicionamento mais expansionista de Trump, que poderá ser facilitado devido ao comando do partido republicano no Congresso. A possibilidade de uma política fiscal mais ampla poderá trazer mais pressões inflacionárias, o que impediria um ciclo de cortes mais acentuado. Hoje, temos o FOMC que deve trazer um corte adicional de 25 p.b. na taxa de juros, mas Jerome Powell terá dias desafiadores à frente, uma vez que Trump já sinalizou suas desavenças com o presidente do Fed e ressaltou que deve nomear um “sombra” para liderar junto dele, durante seu mandato.
Mundo:
Na Ásia, tivemos um dia de alta para as bolsas locais, com destaque para os índices chineses que avançaram após novas promessas de mais estímulos do governo, além de dados melhores de exportação. No Japão, o iene apreciou após manifestação do governo contra especulações com a moeda e o Nikkei recuou. Já na Europa, as bolsas sobem nesta manhã. No radar, a decisão de juros pelo BoE, BC da Inglaterra, que deve trazer também um corte de 25 p.b. e sentir a pressão dos economistas para endereçar sobre o pacote de gastos anunciado recentemente. No radar por lá também, as eleições alemãs, na qual se espera que o novo governante consiga trazer a maior economia europeia de volta ao caminho do crescimento.
Brasil:
Ontem foi dia de grande movimentação e alguma confusão. Ao longo do dia, o Google chegou a mostrar o dólar acima de R$ 6, o que trouxe um pouco de alarde aos mercados. Logo depois, normalizado, vimos o real ganhar força ante o dólar e fechar em R$ 5,68, mesmo com a moeda americana se apreciando perante outras moedas globais. Ao mesmo tempo, o Ibovespa recuou 0,24%, ficando de fora do movimento positivo visto em Nova Iorque, enquanto investidores processavam efeito da vitória de Trump e aguardavam a decisão do Copom, que por fim, elevou a Selic em mais 0,5 p.p., para 11,25%, e sinalizando mais uma alta para este ciclo. No foco hoje, a reunião de Lula com Haddad para fechar as medidas de cortes de gastos, além do resultado primário do governo e balanços, com destaque para Petrobras.
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) recua, após a forte alta de ontem. Futuros em Wall Street avançam e mantém o tom positivo da véspera. Já as Treasuries estão comportadas nesta manhã e o bitcoin devolve um pouco dos ganhos, após o recorde de ontem. Commodities recuam.