Alívio nas tarifas, mas incerteza prevalece
Mais um dia de incertezas diante do cenário de guerra comercial, com Estados Unidos voltando atrás nas tarifas ao México e ao Canadá, trazendo um pouco de alívio aos mercados. Mas China ainda segue negociando. Bolsas globais estão mistas, com peso negativo maior nos índices americanos. A temporada de balanços faz preço, com nomes como Alphabet e Pfizer reportando hoje, além de UBS e BNP Paribas. No Brasil, o foco está na Ata do Copom e na Petrobras.
Estados Unidos
Futuros em Wall Street recuam nesta manhã, indicando mais um dia de perdas, em meios aos receios quanto aos efeitos das tarifas na economia e no balanço das empresas. O dólar perdeu um pouco de força, trazendo alívio às demais moedas globais, enquanto os juros das Treasuries voltaram a subir. O sentimento é de cautela no curto prazo, já que ainda restam mais dúvidas que certezas sobre os desdobramentos da possível guerra comercial iniciada por Trump. Ao mesmo tempo, mercado acompanha mais números da temporada de balanços, com Palantir Technologies superando as expectativas e o guidance, o que faz seus papéis subirem mais de 20% no pre-market. No radar hoje também, temos balanços da Alphabet (dona da Google) e das farmacêuticas Pfizer e Merck. Além disso, na agenda econômica, hoje teremos dados fabris. Mercado acompanha também fala de dirigentes do Fed.
Mundo
As bolsas globais operam mistas nesta manhã. Na Ásia, as bolsas operaram praticamente todo o pregão em campo positivo, sob alívio após suspensão das tarifas ao Canadá e ao México, no entanto restam dúvidas sobre as relações com China. Lá mercado segue fechado por conta do feriado. Na Europa, as bolsas também operam mistas, movimentadas principalmente por números da temporada de balanços. Quase um quarto das empresas já reportaram seus números, com 11% delas batendo as expectativas de lucros. Os papéis do UBS Group recuam, apesar dos resultados acima do esperado, com receios sobre necessidade de aumento de capital regulatório, enquanto as ações do BNP Paribas subiram, impulsionadas pelo bom desempenho das receitas de trade.
Brasil
Ontem o dólar caiu pelo 11º dia consecutivo e fechou em R$ 5,80, após alívio quanto ao cenário de tarifas no mundo. O Ibovespa, no entanto, acompanhou os pares internacionais e recuou 0,13%, porém em menor magnitude. Em mensagem ao Congresso ontem, Lula reafirmou o compromisso com o cumprimento do arcabouço fiscal este ano, além de defender a proposta de isenção do IR a quem ganha até R$ 5 mil. Enquanto isso, Haddad se aproxima das novas lideranças do Senado e da Câmara para facilitar a agenda do governo, que segue desafiadora. No destaque de hoje, temos a Ata do Copom que elevou a Selic para 13,25% e indicou mais uma alta de 100 p.b. para março. Mercado acompanha com atenção se houve mudanças no balanço de riscos, em especial sobre as expectativas de inflação. Na agenda de hoje também teremos o Relatório Anual da Dívida e o Plano Anual de Financiamento 2025.
Abertura
Na abertura, o índice dólar (DXY) tem leve recuo, enquanto futuros em Wall Street caem e juros das Treasuries voltam a subir. Nas commodities, petróleo tem forte queda com tarifas, enquanto ouro bate nova máxima. Bitcoin recua, mas opera próximo a US$ 100 mil.