Bolsas pressionadas pela maior aversão ao risco por conta da escalada dos conflitos no Oriente Médio, em dia de muitos indicadores de atividade e mercado de trabalho nos Estados Unidos e que podem dar mais luz ao ritmo de cortes nos juros por lá. No Brasil, mercado deve repercutir fala de Campos Neto, enquanto monitora dados de PMI local.
Estados Unidos
As bolsas norte-americanas seguem em patamar negativo no desempenho semanal, apesar da leve alta ontem, refletindo preocupações com os conflitos no Oriente Médio e sobre retaliação de Israel, ao mesmo tempo que mercado aguarda e digere dados importantes de atividade, como PMIs, pedidos fabris e seguro- desemprego que saem hoje, antes do payroll na sexta. A trajetória de crescimento do PIB e a saúde do mercado de trabalho têm sido os principais fatores de acompanhamento do Fed neste momento, que já enxerga a inflação como controlada. Em nosso relatório de alocação, reduzimos exposição à bolsa norte-americana, ao mesmo tempo que reforçamos presença em bonds de médio prazo, pensando na melhor relação risco vs retorno. Confiram o relatório no site.
Mundo
Dia de alta volatilidade na Ásia, com a bolsa em Hong Kong amanhecendo sob perdas de quase 4%, mas recuperando e fechando em leve queda, enquanto na grande China o mercado ainda permaneceu fechado por conta do feriado. No Japão tivemos novo rali no iene, com mercados atentos às discussões sobre aumento ou não de juros pelo BoJ. Na Europa, bolsas recuam nesta manhã, com o Stoxx em queda de 0,7% e nenhum setor no azul. Na França, o presidente Macron endorsou impostos temporários para as grandes empresas do país, enquanto a Stellantis se une às demais empresas do setor automotivo a revisarem suas projeções para baixo para o restante do ano. Ao mesmo tempo, as projeções do BCE mostram surpresa positiva com inflação, o que faz aumentar as chances de cortes de juros na próxima reunião.
Brasil
A mudança de rating pela Moody’s que colocou o país a um patamar abaixo do grau de investimento contribuiu para que o Ibovespa encerrasse em alta de 0,71% ontem, enquanto o dólar fechou em R$5,44. Na ponta positiva, Petrobras avançou seguindo a alta do petróleo, enquanto Vale subiu com China. Hoje mercado deve processar fala de Campos Neto que reforçou que o cenário de incerteza no país impediu a divulgação de um guidance para a Selic ao longo deste novo ciclo de alta. O presidente do Bacen também ressaltou que o país precisa de um choque fiscal positivo e reconheceu que a economia está melhor que o esperado, assim como a trajetória de inflação. Aqui, seguimos otimistas com bolsa brasileira e mantivemos nossa sugestão de maior alocação na classe. Na agenda hoje temos PMIs, dados da Fenabrave e leilão do Tesouro.
Abertura
Na abertura, o índice dólar (DXY) avança, enquanto futuros em Wall Street recuam e os juros das Treasuries sobem levemente. Bitcoin opera estável e pelo lado das commodities, China e conflitos no Oriente Médio elevam preços globais.