Guerra comercial pesa nos índices e dólar avança
O assunto do dia, sem dúvidas, são as tarifas impostas pelos Estados Unidos, para produtos do Canadá e México, parceiros comerciais de longa data, e China. Mercados de ações recuam globalmente, enquanto o dólar ganha força. O índice VIX de volatilidade está acima dos 22 pontos, refletindo o cenário de incertezas com o início de uma guerra comercial. No Brasil, mercado fica de olho no novo comando do Legislativo, e pesquisa da Genial/Quaestmostra Lula na liderança se eleições fossem hoje.
Estados Unidos
No fim de semana, o governo norte-americano anunciou mais um pacote de tarifas, desta vez de 25% ao Canadá e ao México, além de 10% à China, e também sinalizar à Europa que será a próxima na lista. A decisão levou a um movimento de retaliação, elevando os receios de uma guerra comercial que poderá afetar o desempenho do PIB global. O dólar ganhou força, mas futuros em Wall Street despencam, seguindo movimento de correção no resto do mundo. Mercado avalia os impactos das tarifas nas empresas, que devem repassar os custos à população, contribuindo para mais inflação. Uma análise prévia da Bloomberg mostra que as tarifas poderão apagar cerca de 1,2% do crescimento econômico americano, além de adicionar 0,7% nos índices de inflação. Em resposta, Canadá anunciou tarifas de 25% aos produtos americanos, enquanto Mexico e China devem fazer o mesmo ao longo da semana. O movimento pode também impactar o mercado de óleo&gás, impactando o custo de produção das refinarias e deixando a gasolina mais cara para os consumidores americanos.
Mundo
Os índices globais estão em queda nesta segunda-feira, com as bolsas na Ásia refletindo os efeitos das tarifas anunciadas à China. Por lá, os mercados também ajustaram pós-feriado lunar, sofrendo os efeitos da deepseek da semana passada. Setor automotivo recua, sob receios quanto à cadeia produtiva no México. Mercados emergentes estão entre as maiores quedas, devido às expectativas dos impactos das tarifas no PIB global. Na Europa, bolsas amanhecem em baixa, e mercados monitoram também decisão de orçamento na França. A inflação na zona do euro avançou 2,5% em janeiro, enquanto o PMI se manteve em nível contracionista, mas seguindo a perspectiva de estabilização.
Brasil
O Ibovespa encerrou a sexta em campo negativo, apesar de avançar no mês de janeiro, com a volta do capital estrangeiro ao país. No entanto, hoje, mercado deve ser impactado pela guerra comercial global, enquanto investidores locais também processam a mudança de comando no legislativo, com Davi Alcolumbre na liderança do Senado e Hugo Motta na Câmara. Pesquisa mostra que Lula ganharia de todos os candidatos se a eleição fosse hoje, apesar de seu índice de rejeição ainda alto. Esta semana, teremos os resultados dos grandes bancos, começando com Santander, seguido por ItauUnibanco e Bradesco. Hoje, sai relatório de produção e vendas da Petrobras. A alta do dólar e queda das moedas emergentes podem sinalizar um dia de enfraquecimento do real.
Abertura
Na abertura, o índice dólar (DXY) tem forte avanço, com moedas globais perdendo força. Futuros em Wall Street recuam e os juros das Treasuriesestão praticamente estáveis. O Bitcoin recua nesta manhã, operando próximo aos US$ 95 mil. O índice VIX se mantém próximo de 20, indicando as incertezas atuais com a guerra comercial.