Trump ameaça BRICs e semana vem repleta de indicadores
Dezembro inicia com expectativas do rali de Natal tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, em meio a revisões de portfólios e preparações para o próximo ano. Este mês, teremos decisão de ao menos nove bancos centrais, dentre eles o Fed e o Bacen. Na semana, mercado monitora PMIs e payroll nos EUA e PIB e Produção Industrial no Brasil, além de fala de Galípolo.
Estados Unidos:
Bolsas ensaiam alta nesta manhã, enquanto o dólar ganhou força no fim de semana, após uma publicação de Trump dizendo que os BRICs não deveriam criar uma moeda para substituir o dólar americano em suas transações. No entanto, estudo levantado pela Bloomberg mostra que a moeda americana tende a recuar nos meses de dezembro, em razão do rali de Natal para ações e ativos de riscos e rebalanceamento de portfólios. No macro, esta semana temos PMIs e diversos dados sobre o mercado de trabalho, com destaque para o payroll que, com números mais limpos, deve dar alguma luz sobre a realidade do mercado de trabalho norte-americano e a possível trajetória dos juros adotada pelo Fed para o ano que vem. No corporativo, vendas online na Black Friday bateram novo recorde.
Mundo:
Na Ásia, as bolsas subiram nesta madrugada, refletindo sinais de estabilização econômica na China, após dados de manufatura avançarem novamente em novembro. No Japão, o presidente do BoJ sinalizou que devemos ter aumento nos juros por lá, conforme dados vêm em linha com as projeções da autoridade monetária. Na Europa, a crise sobre o governo francês pesa nos bonds locais, mas as bolsas sobem. A extrema direita francesa segue pressionando o governo sobre o orçamento. No corporativo, os papéis da fabricante de automóveis Stellantis despencam mais de 8% após saída do CEO em disputa com o Conselho da empresa.
Brasil:
O Ibovespa encerrou em alta de 0,85% na sexta-feira e pode ter um dia de alta hoje, com mercados revertendo parte das fortes perdas da semana passada e com a possibilidade de um rali de fim de ano. No entanto, o dólar segue próximo a R$ 6, assim como os prêmios continuam pressionados, com a Selic terminal próxima a 15% nas projeções. Mercado ainda processa o pacote fiscal divulgado na semana passada e o projeto de isenção de IR para salários até R$ 5 mil que deverá ser compensada pela maior taxação dos que ganham mais de R$ 50 mil. Esta semana, mercado aguarda dados do PIB, bem como produção industrial, dados da balança comercial e IGP-DI. Dados preliminares da Black Friday mostram que o patamar de vendas pode ter superado níveis pré-pandemia este ano, com volume já 23% maior que 2023.
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) sobe nesta manhã, assim como os bonds. Futuros ensaiavam alta, mas agora revertem sinal em Wall Street. Bitcoin recua para abaixo de US$ 95 mil e as commodities estão em alta, com destaque para o petróleo e o minério de ferro. Ouro cai.