Payroll no radar, após resultados mistos das Big Techs e com eleições vindo aí
A volatilidade voltou a dominar os mercados, com o VIX (índice do medo) chegando a 23 pts, em semana marcada por resultados das Big Techs, que vieram mistos, além de pressão nos bonds globais e movimentos ainda incertos na Asia, especialmente com China. No radar, payroll nos EUA, antes de eleições. No Brasil, bolsa cai e dólar vai a R$ 5,79, com fiscal pesando.
Estados Unidos:
Futuros operam em leve alta nesta manhã recuperando das fortes perdas de ontem, com Nasdaq recuando mais de 2% pressionada pelos resultados das gigantes de tecnologia, que mostram dias menos estelares à frente para o segmento de AI. Os resultados corporativos juntamente com agenda macroeconômica carregada, incluindo o payroll hoje, antes das eleições dia 05, fizeram com que a volatilidade imperasse ao longo de toda a semana. Outubro até o momento tem sido o pior mês para as Treasuries em dois anos em razão do desmonte das posições dos investidores que apostavam em um cenário de recessão para a economia norte-americana. Hoje mercados esperam que o payroll mostre desaceleração no mercado de trabalho, com criação de 100 mil novas vagas, o que poderá ajudar na decisão de mais um corte de juros pelo Fed na semana que vem, mas desta vez de 25 p.b.
Mundo:
Na Ásia, a madrugada foi de baixas em maioria, exceto pelo índice em Hong Kong. Por lá a pressão veio das empresas de tecnologia, seguindo o movimento de Wall Street, além das incertezas quanto à China. Dados de vendas de imóveis e manufatura mostraram certa recuperação, o que poderia ser resultado das recentes medidas de estímulos do governo chinês. No Japão, o Nikkei liderou as perdas, recuando quase 3%. Na Europa, as bolsas sobem nesta manhã, mas com os índices devendo encerrar com sua maior queda semanal em dois meses. O setor de energia avança, em especial com as petroleiras. No Reino Unido, o orçamento anunciado pelo governo não pegou bem e houve pressão adicional nos Gilts (bonds ingleses).
Brasil:
Seguindo seus pares externos, a bolsa brasileira recuou 0,71% ontem, enquanto o dólar avançou para o patamar de R$ 5,79. Em outubro, a queda foi de 1,60%. No corporativo, os papéis do Bradesco despencaram 4,39%, mesmo com alta de 13% no lucro a/a (Matheus explicou essas divergências na News de terça). O risco fiscal e seu efeito na curva de juros tem sido o principal agente para pressão nos ativos locais, além das eleições norte-americanas que nestas últimas semanas têm movimentado o mercado global como um todo. Investidores ainda aguardam pacote de medidas de cortes do governo. No radar de hoje temos produção industrial que deve subir 1%, de acordo com as projeções, e também temos falas de Haddad em evento.
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) volta a subir, enquanto futuros em Wall Street ensaiam alta e juros das Treasuries estão estáveis. Os criptoativos recuam depois da forte alta dos últimos dias. As commodities estão mistas, com petróleo em forte alta e minério de ferro em queda.