Um “pingadinho” que todo mundo gosta!
Você já está no fórum do Inter? Se você ainda não foi para lá, está perdendo. Eu costumo chamar de Twinter e está cheio de informação legal por lá.
Esses dias a Gabi Joubert, a nossa estrategista aqui do Inter, postou isso lá no fórum e muita gente ficou curiosa.
Esse dinheiro do aluguel não foi o clássico aluguel de imóveis, nem mesmo de FIIs, que são uma bela forma de receber renda passiva. Foi o famoso aluguel de ações.
Se você não conhecia, saiba que existe um jeito de receber aluguéis das ações que você possui sem precisar fazer praticamente nada. Basta permitir que a corretora coloque seus papéis para aluguel.
É isso mesmo, muitos investidores, geralmente aqueles que investem pensando no longo prazo, costumam manter suas ações paradas por anos, sem quase nenhuma movimentação. E uma boa parte dos investidores acaba utilizando do aluguel de ações para gerar aquela rendinha extra.
O processo de aluguel com o passar do tempo ficou muito fácil e ágil. Para o doador costuma ser mais tranquilo, bastando apenas disponibilizar à corretora os papéis para aluguel e o resto é totalmente intermediado por ela e pela B3, que exigem margens de tomadores para assegurar a liquidação das operações ao final do contrato.
Vou explicar como funciona
O doador: como proprietário das ações, você é o doador, que através da sua corretora, disponibiliza esses papéis para que alguém possa alugar, neste caso, o tomador. Esse serviço geralmente é chamado de Carteira ou Custódia Remunerada.
O tomador: pode ser um investidor que deseja especular no mercado de ações, dessa forma ele não quer comprar e sim vender as ações a descoberto ou precisa delas para cumprir alguma obrigação, sendo assim ele deseja alugar essas ações do doador e para isso, ele aceita te pagar uma taxa pelo aluguel.
Remuneração: o doador recebe uma remuneração pelo período em que suas ações estão alugadas. Essa taxa é acordada no momento do aluguel e pode variar conforme a demanda e oferta no mercado.
Direitos: a melhor parte de alugar as ações, é que mesmo com as ações alugadas, o doador mantém todos os direitos sobre elas como recebimento dos dividendos, bonificações e direito a voto em assembleias.
Devolução: Ao final do período do aluguel, o tomador devolve suas ações e a taxa do aluguel, efetivando assim a remuneração ao doador.
Riscos: O risco para o doador é baixo, já que toda a operação é monitorada e intermediada pela B3 e pela corretora, que exigem margem do tomador. Sendo assim ao emprestar suas ações, pode ficar tranquilo, que você não precisa fazer nada é tudo intermediado pela corretora.
Prazo do contrato de aluguel: Existe um tempo mínimo de 33 dias e máximo de 2 anos estipulado para os contratos de aluguel, mas o doador consegue pegar de volta os ativos antes do final do contrato.
Custos ao doador: O doador incorre em custos como Imposto de Renda e Taxa de Corretagem.
Rendimentos na prática
Na prática, o doador recebe o rendimento dos aluguéis quando a operação de aluguel acaba e isso ocorre quando o tomador encerra a operação ou quando o doador decide retirar as ações para o aluguel. Desta forma, o recebimento desses rendimentos depende dessa dinâmica, além de que exista investidores interessados em alugar as ações da empresa que você possui e que a sua corretora encontre as contrapartes e feche os negócios.
A taxa média para alugar ações varia e costuma girar, considerando todo o mercado, entre 3% e 5% ao ano. Ela depende da demanda e oferta no mercado, claro. Se considerarmos todo o mercado essa taxa hoje está em 3,7% e considerando só as ações do Ibovespa está em torno de 1,9%.
Já entre os setores essa relação vai mudando a forma, existem setores que o mercado está um pouco mais pessimista e acredita que as ações devam cair e desta forma a demanda para alugar os papéis acaba aumentando e, consequentemente, as taxas também aumentam, o oposto também é verdadeiro. Veja como está o mercado hoje.
Agora, quando observamos as ações em si, as taxas individualmente acabam sendo bem maiores. Veja a lista abaixo das 20 maiores taxas de aluguel no mercado e as 20 menores taxas.
Um pingadinho na conta que é sempre bem-vindo!
Eu investiguei e fui atrás da Gabi (que está no Canadá) e perguntei diretamente para a própria, ei que ação é essa que você alugou? Quanto rendeu? Por quanto tempo?
Ela que não é boba nem nada manteve segredo e falou que o compliance brigaria com ela se ela me falasse. E de fato não estamos aqui para te recomendar nenhum papel específico, muito menos para esperar ter algum rendimento expressivo vindo de aluguel de ações.
E lembrando, geralmente não procuramos ações para investir pensando em algum benefício do aluguel delas. Nós como investidores de longo prazo, apenas nos beneficiamos de colocar a carteira à disposição para aluguel e receber um pingadinho por isso sem fazer nada.
Serei franco, como você viu nos gráficos acima, ações de qualidade geralmente possuem uma taxa muito baixa e que no final do dia te geram um rendimento muitas vezes inexpressivo, mas é melhor alguma coisa do que nada certo?
Por que as taxas de boas empresas são muito baixas? Se comprovadamente no longo prazo essas empresas costumam ter um ótimo retorno, quem aluga para apostar contra precisa ter muita coragem e quase ninguém acaba querendo fazer isso, daí, as taxas são baixas para esses papéis, lei da oferta e demanda, certo!?
Mas as vezes, quando o mercado está volátil e em determinado momento de uma empresa, os aluguéis acabam oferecendo uma alta taxa, como você viu no gráfico acima.
Mas eu não estou aqui para te iludir, no final do dia, eu acho vantajoso deixar a carteira para alugar, porque afinal de contas, melhor alguma coisa sem fazer nada do que não receber nada.
A próxima vez vou postar lá no Fórum quando cair meu “pingadinho” e quero que vocês comentem lá se vocês leram essa dica e também passaram a receber o pingadinho do aluguel de ações de vocês.
Nos vemos no fórum!