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Matheus Amaral

Publicado 28/jan5 min de leitura

Abertura da semana

Mercados iniciam a terça-feira com indício de recuperação, após as perdas de ontem com ações de tecnologia sofrendo com o efeito DeepSeek. Apesar disso, índices sem maior exposição à ações de techsperformaram em alta com a rotação entre setores, caso do Dow Jones e do Ibovespa.

Na guerra comercial, Trump ameaça com mais tarifas e o foco hoje fica para os dados de bens duráveis e confiança do consumidor nos EUA e por aqui o relatório de produção e vendas da Vale será destaque.

Seguimos em uma semana agitada, para além das notícias no mundo tech, teremos a super quarta com decisão da taxa de juros nos EUA e no Brasil e na quinta com decisão do Banco Central Europeu. Além disso dados do PIB norte americano também devem deixar o mercado atento. Na China o país descansa uma semana com o feriado do ano novo lunar e só volta no dia 4 de fevereiro.

Resultados do 4T24: O que esperar?

Estamos nos aproximando da temporada que encerra o ano de 2024 e começa já na próxima semana. Como de praxe já divulgamos em nosso portal o calendário da divulgação das companhias assim como as estimativas de lucros e receitas do mercado para cada uma delas. Veja aqui o calendário e estimativas.

O que vimos até aqui? O 4T24 trouxe alguns movimentos importantes em vários indicadores macro, tanto na comparação com o trimestre ligeiramente anterior (3T24) quanto na comparação anual (4T23). Neste sentido o mais evidente avanço foi o dólar que subiu 27% entre o dez/24 e dez/23, o que traz algum movimento em termos de receitas e resultado positivo para exportadoras. Com o solavanco do dólar, há se atentar para companhias que podem sentir algum efeito negativo da variação cambial da dívida no exterior. A alta da inflação e da Selic também pode trazer efeitos negativos, voltados os setor de consumo, imobiliário e aqueles voltados à atividade doméstica. Não só isso, mas também companhias com elevado índice de endividamento podem sentir o custo da dívida pressionar os resultados.

Nas commodities estamos com movimentos distintos na comparação anual, enquanto vimos o brentcair levemente, o que não deve pressionar tanto os resultados, o minério de ferro caiu 24% no ano, mas mostrou uma recuperação de 10% se compararmos com o trimestre anterior, vindo de ventos favoráveis nos últimos dados da China, que ainda segue pressionada pela desaceleração. As commodities agrícolas seguiram em queda no fechamento do quarto trimestre e devem continuar contribuindo para melhora na margem das companhias do setor frigorífico, que também se beneficiam do aumento do preço do gado no ano. Por outro lado, a queda nas commodities agrícolas deve ainda pressionar empresas as agrícolas com as receitas diretamente ligadas aos grãos.

No crédito, vimos as concessões avançarem 14% a/a e também 7,5% t/t, o que apesar do avanço o saldo de crédito mostra desaceleração. Por outro lado, a inadimplência caiu para 3,0% saindo de um movimento estável de 3,2%. Desta forma o cenário para os bancos pode ainda ser positivo para o fechamento de 2024.

O que esperar para o bottom-line? De forma geral e observando as companhias pertencentes ao Ibovespa, o 4T24 traz em maioria bons resultados para a maioria dos setores, muitos deles em recuperação de resultados. Por outro lado, setores relevantes como Óleo e Gás, Papel e Celulose e Siderurgia e Mineração ainda podem ter desafios nos números. Por outro lado, o mercado espera recuperação de resultados nos setores de varejo e educação, apesar dos desafios pela frente com o juro elevado. Na ponta positiva destacamos uma melhora substancial dos resultados nos setores de tecnologia, Alimentos e Bebidas e Saúde.

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