Abertura da semana
Mercados no exterior encerraram a segunda-feira em tom misto. Enquanto o S&P500 performou em campo negativo, o Ibovespa avançou sustentado pela Petrobras, que subiu cerca de 9%, após rating de compra por um banco de investimentos estrangeiro e também acompanhando a alta do petróleo com a notícia de parada de produção na Líbia, em meio à escalada de tensões entre forças do leste e oeste, que disputam o controle do país. Além disso, as tensões entre Israel e o Grupo Hezbollah no Líbano também impulsionaram a commodity.
Outra commodity que ajudou o Ibovespa hoje foi o minério de ferro, que bateu máxima de duas semanas e ajudou a empurrar os papéis de siderurgia e mineração por aqui, contribuindo ainda mais para o tom positivo na bolsa brasileira.
Nesta toada, vamos destoando do exterior por aqui, mas investidores aguardam dados importantes nos EUA como o PIB e o PCE (indicador de inflação preferido do Fed) e também resultado da NVIDIA, que podem determinar o rumo dos mercados lá fora e acabar nos atingindo por aqui.
Mas é justo? As empresas no Brasil estão tão ruins assim para tamanho desconto? Eu acho que não. Isso porque o nível de lucro das empresas só cresceu nos últimos anos a um CAGR de 13% a.a. nos últimos 10 anos. Enquanto o Ibovespa em pontos só cresceu 8,7% a.a. e a relação P/L para os próximos 12 meses sofreu um desconto de 32% de 2014 para cá.
Qual é o valor justo? Segundo a teoria dos mercados eficientes, o valor justo de um ativo negociado em mercados líquidos deve ser o seu preço de tela, o que considera que as informações são corretamente incorporadas ao preço. Na newsletter passada tratamos um pouco sobre os exageros de mercado e como o comportamento humano e outros fatores podem desmistificar um pouco essa ideia. Por fim, quem sou eu para discordar do senhor mercado? Se o investidor está pagando há uns 3 anos 8x lucros para o Ibovespa e tudo mais constante, o fundamento das companhias não tende a piorar para o ano que vem, isso porque as estimativas de crescimento do LPA do IBOV são de crescimento de 13% para 2024 e 19% para 2025. Não irei discordar que um desconto frente à incertezas é necessário. Mas, os atuais 136 mil pontos, são pouco para o que o Ibovespa deveria e pode alcançar dado as perspectivas atuais de lucratividade das companhias.