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Matheus Amaral

Publicado 30/jul5 min de leitura

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A distância da Terra para a Nebulosa da Lagoa e do Ibovespa para o seu pico.

Este fim de semana viajei para Santa Branca, uma agradável cidadezinha no interior de São Paulo, e não pude perder a oportunidade de aproveitar o céu limpo e livre da poluição luminosa do interior para praticar a astrofotografia e um dos resultados foi esta bela foto abaixo:

Um breve informação sobre a Nebulosa da Lagoa é que ela fica a cerca de 4.800 anos-luz da Terra, ou seja, é chão - ou melhor, vácuo - até lá, mas se compararmos com o registro mais distante que o telescópio espacial James Webb já alcançou – uma galáxia a 13,2 bilhões de anos-luz, esta bela “Lagoa” parece logo ali.

O pico do Ibovespa também é logo ali, mesmo que pareça distante. Como a Nebulosa da Lagoa, o Ibovespa não está tão longe assim do seu recorde, claro que em termos relativos. Se considerarmos o pico do Ibovespa, que foi de 134 mil pontos, atingido em dezembro do ano passado, e que estamos a atuais 127 mil pontos, temos cerca de 7 mil pontos para batermos o recorde, que por sinal, as bolsas no exterior estão cansadas de bater.

Mas qual o fundamento para estarmos tão próximos? Vamos rever nossa última revisão do Ibovespa (confira aqui) feita em abril e que segue sendo nosso cenário esperado para o índice em 2024. Aos preços atuais, o Ibovespa negocia a cerca de 8x lucros esperados para o ano, isso porque estávamos considerando que o LPA do Ibovespa seria algo em torno de 16 mil, sendo que ele já está em 16,3 mil para 2024 e 18 mil para 2025. Ou seja se utilizarmos nosso teste de stress realizado, ao valuation atual de 8x lucros, ele deveria estar em algo entre 128 mil pontos e 141 mil pontos. Agora, se consideramos que o Ibovespa deva ao menos ser negociado a 9x lucros, aí já deveria ter batido o recorde.

As empresas têm feito a sua parte, nos resta esperar e aproveitar os descontos. Dado que os lucros têm sido a pedra fundamental para o índice não despencar, isso porque as turbulências relacionadas ao risco fiscal e incertezas quanto ao rumo da política monetária do país tem pressionado, mas também, temos o Fed lá fora e a China desacelerando para complementar o cenário. Só nos resta mesmo ter disciplina e paciência e esperar que alguns astros se alinhem ao nosso favor. Enquanto isso, alguns setores e companhias lucrativas estão dando sopa, como as seguradoras, Financeiro, Telecom e o mercado de forma geral, estão com bons indicadores de valor versus qualidade, ou seja, trazendo desconto atrativo e qualidade nos fundamentos.

O impulso que precisamos vem do gringo e ele está voltando. O mês de julho vai caminhando para um mês positivo, tímido mas positivo, com retorno até agora de 2,9%, com o investidor estrangeiro tendo seu primeiro mês com fluxo positivo de entrada na bolsa, que já registra cerca de R$ 4,3 bilhões até o dia 25.


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