Mercados avaliam primeiras medidas de Trump
A posse de Donald Trump como 47º presidente dos Estados Unidos movimentou os mercados globais. O discurso de inauguração foi marcado por promessas de políticas protecionistas e reforço de sua agenda “America First” e as primeiras decisões já vieram nessa linha. No Brasil, o Ibovespa avançou em sessão de baixo volume devido ao feriado nos EUA. A agenda hoje está mais fraca e o mercado repercute as primeiras decisões de Trump na presidência.
*Estados Unidos*
Com o mercado americano fechado ontem, o discurso de posse de Donald Trump foi o centro das atenções e trouxe promessas de tarifas sobre Canadá e México, aumento do controle na fronteira com o México e estímulos à produção de petróleo e gás. As medidas, embora polêmicas, reforçam o posicionamento protecionista do governo e impactaram o dólar, que avançou frente a moedas como peso mexicano e dólar canadense. Trump também assinou ordens executivas que incluem, a saída do acordo de Paris, o perdão aos envolvidos na invasão do Capitólio e o fim do direito à cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais, medida que deve enfrentar resistência judicial. As bolsas americanas retornam hoje após o feriado, com destaque para a temporada de balanços corporativos, incluindo a Netflix, e discussões no Fórum Econômico Mundial em Davos. Além disso, investidores monitoram a queda nos juros dos Treasuries, impulsionada por percepções de que as ações do governo serão menos agressivas do que o esperado, o que pode aliviar temores sobre um impacto abrupto na política monetária do Federal Reserve.
*Mundo*
As bolsas asiáticas encerraram sem direção definida, com o índice de Xangai levemente negativo e o Hang Seng avançando, impulsionado pelo setor imobiliário em Hong Kong. No Japão, o Nikkei subiu com a expectativa de lucros maiores para exportadoras devido ao iene mais fraco. Já na Europa, as bolsas operam em leve alta, mas investidores seguem atentos as novas políticas comerciais americanas e seus possíveis impactos globais. Na Suiça, já começa o Fórum Econômico de Davos e os dados de emprego no Reino Unido trouxeram aumento na taxa de desemprego para 4,4% ante 4,3%.
*Brasil*
O Ibovespa encerrou o dia em alta, sustentado pelo desempenho positivo de bancos e Petrobras, que seguiram o movimento externo de recuperação moderada. Apesar do feriado nos Estados Unidos, o mercado brasileiro reagiu ao discurso de posse de Trump, que indicou uma abordagem menos imediata em políticas tarifárias, aliviando parte da aversão ao risco. No entanto, incertezas sobre a continuidade do crescimento global e sobre possíveis impactos das novas medidas protecionistas americanas mantêm os investidores cautelosos. Internamente, os mercados acompanham com atenção a segunda prévia do IGP-M. No cenário corporativo, destaques para o programa de recompra de ações da Gerdau, esclarecimento da Vale sobre a notícia de que o governo pressiona a companhia no conselho para comprar a mineradora Bamin e a Agrogalaxy tem prejuízo de R$1,5 bi no primeiro trimestre de 2024.
*Abertura*
Na abertura, o índice dólar (DXY) opera em leve alta, refletindo o fortalecimento da moeda americana frente a pares como euro e libra. Os futuros de Nova York indicam abertura positiva, impulsionados por expectativas em relação à temporada de balanços corporativos e às promessas de tarifas do governo Trump. O petróleo opera em queda, refletindo ajustes nas expectativas do mercado para o aumento da produção nos EUA e possíveis sanções a outros países.
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