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Bom dia, Inter! 20.12.24

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Matheus Amaral

Publicado 20/dez5 min de leitura

Bom dia Inter em áudio!

Tensão fiscal pra todos os lados

Não é só no Brasil que o fiscal está abalando os mercados. Mercados globais iniciam o dia em queda, com investidores atentos à crescente possibilidade de paralisação do governo dos EUA, após rejeição do plano orçamentário apoiado por Donald Trump. O indicador de inflação preferido pelo Fed, o PCE é destaque do dia, após os mercados ficarem em alerta com o ritmo de cortes do Fednesta semana. Por aqui, Ibovespa reagiu após forte queda pós-Fed, mas fiscal segue no radar.

Estados Unidos

Após a cautela dos mercados pós-Fed, investidores ficam de olho no impasse fiscal após a Câmara nos EUA rejeitar uma proposta de financiamento temporário, apoiado por Donald Trump. A incerteza política ampliou a aversão ao risco, já que o prazo final para evitar uma paralisação do governo se encerra hoje à noite. Além disso, na guerra comercial, foi a vez da União Europeia receber ameaças de imposição de tarifas por Trump, caso o bloco não aumente a compra de petróleo e gás americanos. No cenário corporativo, a Micron Technology despencou 16% após a fabricante de chips trazer perspectivas mais fracas para o próximo trimestre de resultados da companhia.

Mundo

Mercados asiáticos encerraram a sexta-feira majoritariamente em queda, refletindo cautela diante do cenário no ocidente. No Japão, papéis do setor financeiro pressionaram o Nikkei, enquanto investidores reagiam a dados de inflação um dia após o banco central manter a taxa de juros inalterada. Na China, o Banco Popular também manteve suas taxas preferenciais de empréstimos estáveis. Mercado europeu estende as perdas de ontem, pressionadas pelo cenário fiscal nos EUA e agora pela ameaça de tarifas comerciais feitas por Donald Trump. Dados das vendas no varejo do Reino Unido também contribuem para a cautela, ficando abaixo das expectativas.

Brasil

Na contramão dos pares internacionais, o Ibovespa apresentou leve alta ontem, mas diante de um mercado ainda cauteloso com o quadro fiscal do país. O dólar, que chegou a bater R$ 6,30 recuou para R$ 6,12 com intervenção do Banco Central. O avanço parcial do Pacote Fiscal no Congresso trouxe alívio temporário, mas o pacote que já era considerado insuficiente, segue sendo desidratado. No cenário corporativo, a queda das commodities ontem acabou pressionando os papéis de exportadores, enquanto bancos e varejistas mostraram recuperação no pregão de ontem. Para hoje, ficam no radar, os dados da confiança do consumidor e a oferta de mais 7 bilhões de dólares em leilão pelo Banco Central, totalizando desde quinta-feira passada 27,7 bilhões de dólares.

Abertura

Na abertura, o índice dólar (DXY) opera em queda, com investidores atentos à divulgação do PCE e ao risco de paralisação do governo americano. Os juros dos Treasuries caem e as commodities recuam, com o petróleo pressionado por preocupações com a demanda chinesa e sinais de política monetária restritiva pelo Fed. O Bitcoin amplia perdas em meio a um cenário global de cautela.


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