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Por mais uma semana, as expectativas de inflação seguem subindo, agora esperados 4,84% para 2024 e 4,59% para 2025. Entretanto, o que mais chamou a atenção no Boletim Focus foram as altas nas projeções da Selic, agora 12% e 13,5% para 2024 e 2025, respectivamente. O ceticismo do mercado com a gestão do atual governo, que segue demonstrando inclinação a maiores gastos e que, juntamente perspectivas de uma economia ainda aquecida, têm contribuído também para a manutenção da desancoragem das expectativas de inflação.
A curva de juros futuro apresentou forte alta na comparação semanal, com vértices superando os 14,5%, patamar bastante estressado, com alta volatilidade e sem drivers de estabilização, ao menos por ora. O mercado tem precificado um ano de 2025 mais desafiador, com déficits do governo e inflação acima da meta.
Os prêmios das Bs (os títulos IPCA+) também tiveram forte alta. Os vértices mais curtos superaram os 7,5%, enquanto a parte média e longa da curva ficou próximo aos 7%. O nível atual corresponde ao mesmo que vivenciamos no biênio de crise em 2014-15. A agenda desta semana está repleta de indicadores, com IPCA de novembro a ser divulgado nesta terça-feira, Copom na quarta e IBC-BR na sexta-feira.
Já nos EUA, a curva de juros futuros apresentou queda em todos os seus vértices, na comparação semanal. O mercado tem precificado uma comodidade maior da inflação por lá, voltando a meta de 2% em um futuro breve. Todavia, existem desafios, como o fato de vermos uma economia ainda bem aquecida e o balanço orçamentário do governo que continua crescendo bastante.