Outra semana de alta nas expectativas de inflação no relatório Focus, com IPCA agora projetado em 5,08% para 2025 e 4,1% para 2026. O mercado ainda tem acreditado que os números não vão estabilizar no curto prazo, seja pela continuidade do forte desempenho econômico, seja pelos impulsos fiscais, seja pela dinâmica externa ou qualquer outra variável.

Na comparação semanal, a curva de juros encerrou com leve queda nos vértices mais curtos e alta nos mais longos. O mercado tem permanecido cético quanto ao desempenho das contas publicas e seus impactos em outras variáveis, como dólar e inflação, o que explica a maior parte da volatilidade dos juros brasileiros. Entendemos que no curto prazo tal volatilidade permanecerá, a menos que o Governo sinalize medidas adicionais em termos de austeridade fiscal.

O prêmio das Bs seguiu a mesma linha, com queda marginal na parte mais curta e alta na parte longa da curva. Como a agenda da semana é mais fraca em termos de divulgação de dados macroeconômicos, as atenções se voltam para sexta-feira com o IPCA-15, que deve recuar 0,01%.

Por fim, na comparação semanal, a curva de juros nos EUA ficou estável na ponta curta e apresentou queda na parte mais longa. Entendemos que a volatilidade deve permanecer alta nos próximos dias, visto que Donald Trump toma posse hoje (20/01), sendo que muitas medidas/decretos são esperados para acontecer em breve. A agenda por lá também é mais fraca, com destaques para pedidos de seguro desemprego na quinta-feira.