Faltando cerca de duas semanas para o fim do ano, as expectativas de inflação para 2024 ainda seguem subindo, agora cotadas em 4,89% e para 2025, de mesma forma, com números esperados em 4,6%. Certamente, em termos de expectativas, as projeções para 2025 já começam a ganhar mais peso, e as consequentes altas derivam-se das projeções de uma economia ainda aquecida em função dos altos gastos do governo.

A curva de juros continua apresentando aceleração semana pós semana, com destaques para os vértices de 2 anos que atingiram os incríveis 15%, patamar visto somente em 2015-16. O mercado financeiro tem permanecido bastante cético diante da evolução dos gastos do governo, bem como as medidas, interpretadas até o momento, como insuficientes para mudar a rota de expansão da dívida, destravando então toda a volatilidade e alta dos juros.

Os prêmios das Bs (os títulos IPCA+) também tiveram forte alta, na comparação semanal. Os vértices mais curtos, de dois anos, atingiram os incríveis 8%, patamar bastante estressado, com alta volatilidade. O restante da curva ficou mais próximo dos 7%, que não deixa de ser uma taxa também atrativa. Com uma agenda macroeconômica mais fraca, o que vai movimentar esta semana é a tramitação do pacote de gastos no Congresso e a Ata do Copom na terça-feira.

Já nos EUA, a parte curta da curva apresentou queda, enquanto as partes média e longa apresentaram alta, na comparação semanal. O mercado tem interpretado que o atual nível de juros deverá levar a inflação à meta, 2%, mas os EUA devem conviver com uma inflação mais elevada por mais tempo do que comparado a outros momentos de sua própria economia.