O Ibovespa vem se recuperando com uma melhor perspectiva do mercado externo e retorno do investidor estrangeiro pra cá. Essa semana, o índice superou sua marca histórica, mas acabou cedendo um pouco e fechou com alta de 2,6%. Nos EUA, os dados voltaram a indicar um soft landing por lá, elevando o humor do mercado. O S&P 500 fechou a semana com alta de 3,9%, recuperando últimas perdas. Acompanhando o otimismo no exterior, o dólar teve queda de 0,73% na semana.

Os dados de atividade no Brasil mostraram forte crescimento no segundo trimestre. Tanto o IBC-Br como o Monitor do PIB mostraram alta de 1,4% em junho e 1,1% no 2º trimestre. Além do forte crescimento da indústria em junho, os serviços tiveram alta acima do esperado. O varejo, por outro lado, apresentou a primeira queda do ano, mas segue sendo o maior destaque de crescimento. Os bons resultados de emprego e renda no país vem mantendo o consumo elevado, assim como os dados de investimento produtivo, que cresceram 7,2% no 2º trimestre, de acordo com o Monitor do PIB da FGV. Com isso, as expectativas é de um PIB robusto. Projetamos crescimento de 2,5% ao final do ano, demandando ainda mais cautela para a condução da política monetária, além de reforçar a necessidade de um maior comprometimento com o ajuste das contas públicas.

Os dados de inflação nos EUA vieram em linha com o consenso, com o CPI desacelerando para 2,9% nos últimos 12 meses, e os dados de atividade vieram mistos. Por um lado, as vendas no varejo foram melhores que o esperado, mas a produção industrial e o mercado imobiliário decepcionaram. Com isso, o início do ciclo de corte de juros fica cada vez mais provável de ocorrer na próxima reunião em setembro e a discussão agora será sobre a intensidade e frequência desses cortes, que dependerá dos dados do mercado de trabalho. No momento, vemos o Fed cortando 75 pontos base até o fim do ano, 25 em cada reunião. Na China, a atividade continua enfraquecida, enquanto no Japão o PIB do 2º trimestre cresceu acima do esperado, aumentando as chances de outro aumento na taxa de juros. Por fim, aumentaram as apostas de um corte de juros adicional na Europa com inflação mantendo trajetória de queda.

A próxima semana será vazia em dados aqui no Brasil, com somente a divulgação do resultado da arrecadação da Receita Federal em julho. Nos EUA as atenções estarão voltadas voltadas ao simpósio de Jackson Hole, no qual espera-se que o banco central americano dê indicações mais claras sobre o ciclo de corte de juros americano. Além disso, a ata do FOMC será divulgada na quarta-feira e também dados do setor imobiliário e PMI. Também teremos PMI no Japão e na Europa e na China haverá decisão sobre a taxa de juros. Finalmente, as atenções dos investidores estarão