Macroeconomia


Análise | Câmbio | 26.Mai.25

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Gustavo Menezes

Publicado 26/mai2 min de leitura

Dólar fecha em R$5,65 com anúncio do IOF, dados macro e downgrade da Moody’s

O câmbio encerrou a última sexta-feira em R$5,65 numa queda de 0,32% na semana e de 0,19% no mês, acumulando baixa  de 8,2% neste ano.

O câmbio começou a semana de maneira volátil entre os reflexos do downgrade da dívida americana pela Moody's, a divulgação da prévia do PIB no Brasil acima do esperado, e o pronunciamento do presidente do BC indicando uma posição "higher for longer" para a taxa básica de juros. O saldo líquido das notícias foi favorável ao câmbio brasileiro, que fechou a segunda-feira em leve queda.

A volatilidade durante a semana foi menos acentuada, apesar de preocupações associadas ao fiscal americano, que despontaram na quinta-feira com um movimento de aversão a risco promovido pela aprovação do novo pacote de corte de impostos nos EUA, que deve adicionar $4 a $6 trilhões na dívida americana ao longo da próxima década, movimento que ocorre já num contexto de preocupação sobre a estabilidade fiscal dos EUA. Todavia, o anúncio de leilão de NTN-F (conhecido como o "título do gringo") aliviou a pressão sobre o dólar aqui no Brasil com a entrada de capital estrangeiro durante a manhã.

Na quinta-feira, porém, notamos movimentos significativamente voláteis associados ao anúncio do Relatório Bimestral fiscal: o mercado expressou um otimismo inicial com a declaração de um contingenciamento de R$31bi visando cumprir a regra fiscal do ano vigente. Porém, os comentários subsequentes do Ministro da Fazenda geraram desânimo e apagaram a queda do dólar, ao externar preocupação acerca da queda de arrecadação. O anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) marcou o auge da volatilidade cambial na semana, com a proposta inicial de tributação de 3,5% em remessas e transações de fundos brasileiros sendo revertida no final da noite, após o fechamento do mercado, refletindo preocupações da equipe econômica e do BC sobre o efeito das medidas na abertura do câmbio do dia seguinte, que poderia atingir níveis substanciais de estresse e ameaçar a liquidez do sistema financeiro.

Ainda assim, a reversão de curso não foi suficiente para impedir a amplitude de 1,8% no movimento do câmbio de sexta, que foi marcado por um ânimo contencioso no mercado acerca da confiabilidade nas alterações propostas e revistas do IOF, melhor detalhadas em nosso relatório de Medidas Fiscais.


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