Macroeconomia


Bom dia, Inter! – 17/07/24

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Gabriela Joubert

Publicado 17/jul

*Dados macro, falas de membros do FED e indecisão sobre desoneração da folha*

Bolsas lá fora encerraram em alta ontem, com o apetite ao risco melhorando conforme apostas de cortes de juros ganham força. A rotatividade de setores também continua, e Dow Jones recupera. Aqui, no entanto, o Ibovespa foi influenciado pela queda da Vale, mas também pelo fantasma do fiscal, após fala de Lula.

*Estados Unidos:*
A rotatividade entre setores continua, ainda influenciada pelo efeito Trump, bem como as condições macroeconômicas, com investidores deixando em segundo plano a trend das big techs e AI e focando em setores que devem se beneficiar mais do cenário de soft landing e início de cortes de juros, com o voo para a qualidade fazendo efeito e impulsionando o Dow Jones que subiu quase 2% ontem. S&P 500 bateu seu 38º recorde do ano. Na contramão, os receios de aumento de tarifas a produtos chineses pegaram em cheio as empresas de tecnologia e Nasdaq futuro tem forte queda nesta manhã. Hoje, futuros estão sob leve pressão, e mercado monitora dados do setor imobiliário com Novas Casas e Alvarás, além da Produção Industrial e falas de membros do FED.

*Mundo:*
Na Ásia, as bolsas tiveram um dia misto, com Nikkei recuando, apesar da alta do iene no fim do dia, com mercado desconfiando de nova intervenção do governo. Na China, os índices operaram voláteis ao longo da madrugada, mas encerraram mistos, com destaque para a bolsa de Hong Kong que subiu, com investidores atentos aos anúncios do encontro anual do Partido Comunista, que acaba na quinta. Na Europa, os índices recuam e o foco está nos dados de inflação. A inflação no Reino Unido veio em linha com o esperado, em 2,0% a/a mas o núcleo ainda opera acima do esperado, o que fez com que as apostas de cortes pelo BoE em agosto reduzissem de 50% para 25%. Na Zona do Euro, o CPI ficou em 2,5% em junho, conforme esperado, mas ainda impactado fortemente por serviços. Amanhã, temos decisão de juros pelo BCE que deve manter a atual taxa e reafirmar a preocupação com a evolução dos dados macro.

*Brasil:*
Contrariamente ao que vimos lá fora, o Ibovespa recuou 0,16% ontem, puxado pelas exportadoras e a queda das commodities, mas também por falas de Lula que trouxeram novamente o risco fiscal ao radar. Governo estima que a elevação da CSLL pode gerar R$ 17 bi por ano em arrecadação, mas, sem acordo no Congresso sobre as compensações, a votação da desoneração da folha de pagamentos foi adiada. No corporativo, os papéis da Vale recuaram após a divulgação do relatório de produção e vendas que, apesar de mostrar avanço a/a, veio abaixo das estimativas dos analistas.

*Abertura:*
Na abertura, o índice dólar (DXY) está em queda, assim como futuros em Wall Street, com destaque para Nasdaq futuro que cai mais de 1%. Os juros das Treasuries também recuam e o T-Bond de 10 anos está em 4,16%. Petróleo sobe, após queda da véspera e commodities agrícolas também recuperam. Bitcoin e Ether estão em alta.

*O que esperar?*
Mercado fica de olho nos dados externos, mas o risco fiscal aqui deve pesar mais, após as falas de Lula ontem. Dados macro nos Estados Unidos e fala de membros do FED também podem influenciar o apetite ao risco, que vem melhorando com as apostas de cortes de juros pelo FED.


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