Macroeconomia


Usiminas | Resultado 2T23

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Gabriela Joubert

Publicado 28/jul

Trimestre fraco com pressão adicional de custos

Os resultados reportados pela Usiminas para o 2T23 trouxeram receitas em linha com nossas projeções, mas EBITDA 42% abaixo do esperado, pressionado por custos e despesas bem acima do projetado, reflexo do processo de parada para reforma do alto forno, que elevou a necessidade de maior uso de placas de terceiros. No top line, a companhia registrou R$ 6.887 mm, 2,3% maior que nossas expectativas, com volume de vendas de aço e minério de ferro vindo em linha com o estimado. Os preços dos produtos tiveram recuo, compensando em partes o avanço dos volumes vendidos quando comparado ao 1T23, trimestre bastante pressionado pela sazonalidade das chuvas.

Os resultados do 2T23 confirmaram as expectativas de mais um trimestre fraco, conforme colocamos em nosso relatório de revisão (leia aqui). A elevação dos custos e despesas, no entanto, nos pegou de surpresa, mas conforme o ramp up do novo forno acelera no fim do ano e o efeito de insumos a preços menores passa pelo balanço da companhia devemos ver essa linha arrefecendo e ajudando na recuperação de margens. A companhia manteve o guidance de vendas de produtos de aço em 900 kton – 1Mt para o 3T23, além de manter o guidance de volumes de vendas para a mineração em 8,5 – 9,0 Mt no ano, o que nos deixa confortável com a projeção para as receitas. Monitoraremos a evolução dos custos e mantemos nossa recomendação de Compra para USIM5, com preço-alvo em R$ 10/ação YE23.

Resultado operacional: Receitas em linha, mas custos pressionam. O resultado na siderurgia refletiu o processo de parada para reforma do Alto Forno em Ipatinga, que vem comprometendo a produção (que no trimestre totalizou 416 kton), bem como os custos. As vendas totalizaram 972 kton, em linha com nossas projeções e 6% menor t/t, com destaque para a maior representatividade do setor automotivo e da distribuição e queda nos volumes vendidos à indústria. A Receita de siderurgia somou R$ 5.976 mm, também em linha com o esperado e 6,5% menor t/t, mas o custo caixa avançou 12,3% ante o 1T23, com maiores custos tanto de placas adquiridas como produzidas. As despesas com parada também pesaram na operação que acabou reportando um EBITDA de R$ 184 mm, 58% menor t/t. Já na Mineração, os volumes produzidos e vendidos tiveram forte recuperação na comparação trimestral, após sazonal mais fraco no início do ano. A receita líquida ficou 20% maior que nossas projeções, em R$ 905 mm, com melhor precificação do minério de ferro, devido à maior participação de exportações. Contudo, esta maior participação de frete marítimo pesou nos custos e despesas de vendas, levando a uma queda no EBITDA de 42% t/t, registrando R$ 147 mm. Por fim, a transformação do aço seguiu a dinâmica da distribuição e apesar das receitas 12% maior que nossas estimativas, o EBITDA registrou apenas R$ 2 mm, sentindo a pressão no mercado.

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