Sintomas da Ômicron no 1T
A Sulamérica (SULA11) reportou um resultado abaixo da nossa expectativa, com lucro líquido de R$ 24,4 milhões (-54,7% a/a e -88% vs. Inter Research) com ROAE de 3,7% (-7,9 p.p. a/a e -2,2 p.p. R/E). O resultado foi impactado, mais uma vez, pela alta sinistralidade no ramo de saúde, que atingiu 86,5% (+4,6 p.p. a/a), causado pelos impactos da variante ômicron no início do ano em conjunto a demanda por procedimentos eletivos. Por outro lado, a receita continuou o ritmo de crescimento, avançando 4,5% a/a, com o aumento de 239 mil beneficiários em saúde e odonto (+5,7% a/a), com os ramos PME e odonto em destaque, além de aquisições como da Santa Casa de Ponta Grossa incrementando o crescimento. Também observamos uma melhora da margem bruta no segmento de vida com boa expansão da receita e forte redução da sinistralidade em 38,7 p.p. vindo da diminuição de óbitos por covid-19. Além disso, para amenizar os impactos negativos sofridos no ramo de saúde, o resultado financeiro da Sulamérica continuou mostrando melhoras, acompanhando a alta da taxa de juros. Reiteramos nossa recomendação de compra para SULA11 e mantemos nosso preço-alvo 2022E em R$35.
A incorporação da Sulamérica pela Rede D’Or segue com o protocolo, agora já aprovada em assembleia de acionistas das duas companhias, passa para a etapa de aprovação dos órgãos reguladores como Cade, Bacen, Susep e ANS.
Seguro Saúde e Odonto | Ômicron impacta sinistralidade no trimestre : As receitas totalizaram R$ 5.102,5 mm (+5,5% a/a), explicada principalmente pelo crescimento das receitas com planos coletivos (+7,7% a/a) com forte desempenho nos segmentos de PME (+10,9% a/a) e Odonto (+13,9% a/a). Além disso, o segmento empresarial/adesão avançou 5,7% a/a, com o acréscimo da aquisição feita da Santa Casa de Ponta Grossa. Em contrapartida, continuamos observando queda na receita com planos individuais, neste trimestre registrando -10,5% a/a, devido ao reajuste negativo na carteira conforme estabelecido pela ANS. No 1T22, a Sulamérica computou 4.545 mm de beneficiários, um crescimento de 5,3% a/a, vindo do incremento nos segmentos de PME (+9,7% a/a), Empresarial/Adesão (7% a/a) e Odonto (+6,4% a/a). As despesas operacionais totalizaram R$ 4.867,4 mm, uma piora de 11,8% a/a, impactada principalmente pela alta da sinistralidade em 5,9 p.p. a/a, registrando 86,5% no 1T22, causada pelos efeitos da variante ômicron do coronavírus no início do ano. Apesar disso, o índice recuou na comparação trimestral saindo de uma taxa de sinistralidade de 89,4% no 4T21 para os 86,5% atuais, e devemos continuar observando essa tendência a medida que a pandemia de covid-19 fica mais controlada após os efeitos positivos já observados da vacinação no país. Por fim, a margem bruta do principal segmento da Sulamérica reportou, queda de 52,4% a/a com saldo de R$ 225 milhões no período, um pouco melhor que o 4T, quando havia reportado R$ 115 mm, mas ainda muito abaixo do potencial da companhia em uma situação normalizada.
Vida e Previdência | Em vida, melhores margens com queda da sinistralidade: As receitas operacionais totalizaram R$ 288 mm (-9,4% a/a), impactadas pela redução no segmento de previdência de 23,1% a/a, enquanto o ramo de seguros mostrou forte crescimento de 19,4% a/a. No ramo de vida e acidentes pessoais, a operação cresceu com a retomada das vendas no seguro viagem, seguindo a volta da mobilidade. Já no ramo de previdência a queda se deu por conta da redução das contribuições na modalidade VGBL (-36,6% a/a). O segmento de Vida e Previdência reportou uma redução das despesas operacionais de 9,1% a/a, registrando um total de R$ 157 mm no 1T22, que foi praticamente beneficiada pela redução da sinistralidade no segmento de Vida, que caiu de 81,1% no 1T21 para R$ 42,4% no 1T22, causada pela queda significativa de óbitos relacionados à Covid-19. Desta forma, a vertical apresentou uma margem bruta de R$ 32,5 mm no 1T22, revertendo o prejuízo reportado no 1T21 de R$ 19,2 mm.
Gestão e Administração de Ativos | Maior volume de captação contribui para o resultado: As receitas operacionais da atividade de Gestão e Administração de Ativos foram de R$ 14,2 mm (+2,1% a/a e -12,9% a/a), com avanço de 0,9% da receita com taxa de administração e 131,5% em taxa de performance, refletindo o aumento dos ativos próprios de 12,3% a/a, e de recursos de terceiros, que avançaram 15,5% a/a, vindos de um maior volume de captação, principalmente em fundos de crédito. Observamos a Alocação de Recursos de Terceiros da Sulamérica registrar R$ 30,7 bilhões, com o volume total representado por 75,9% em Renda Fixa e Referenciado DI, 16,8% em Multimercado e 7,3% em Ações/Outros, seguindo a tendência de alocação no mercado, que viu a taxa de juros se elevar no período.
Despesas administrativas avançam e resultado financeiro segue melhorando: As despesas administrativas da companhia avançaram 9,8% a/a reportando saldo de R$ 426,8 mm, direcionadas pela alta nos gastos com publicidade e propaganda de 409,4% a/a, explicados pela volta de ações comerciais que ficaram paradas durante a pandemia de covid-19. Já o resultado financeiro mantém sua tendência de recuperação, com saldo de R$ 137,6 mm e alta de 762% a/a e 16,2% t/t, impactado pelo maior resultado de investimentos acompanhando a alta da taxa de juros, apresentando uma rentabilidade relativa ao CDI de 100,1% no 1T22 vs. 81,8% no 4T21.