Início de Cobertura
Reafirmando nosso compromisso com a agenda ESG e com o propósito de gerar valor aos investidores através de empresas comprometidas com o tema, apresentamos o “Selo Inter ESG”.
O “Selo Inter ESG” é uma chancela que o time de Research atribuiu às empresas selecionadas, comprovando seus padrões notáveis diante das questões ambientais, sociais e de governança. Além disso, legitimando nosso dever fiduciário com os clientes, as companhias precisam demonstrar bons fundamentos financeiros e valuation atrativo, com recomendação de Compra ou Neutra.
Nosso racional por um selo, ao invés de uma carteira ESG, é simples.
Ao analisarmos profundamente o nosso universo de cobertura, através de uma metodologia proprietária desenvolvida pelo Research, chegamos à conclusão de que ainda existem poucas empresas com destaque nessa agenda. Por isso, preferimos no momento adotar uma abordagem mais estática, já que o grupo de seleção é diminuto.
Esperamos que as outras companhias possam absorver rapidamente os conceitos, enxergando as oportunidades e controlando os riscos. Dessa forma, com a integração da agenda à cultura organizacional e, consequentemente, aos processos operacionais, mais empresas farão jus ao Selo ESG. Assim, ansiamos por evoluir de uma lista ESG para uma carteira ESG.
O que esperar desse relatório?
Iniciaremos com uma contextualização do tema, com o intuito de nivelar o conhecimento dos leitores. Nessa primeira parte procuramos trazer informações referentes a agenda ESG a nível global e doméstico.
Em seguida, detalharemos a nossa metodologia de avaliação dos fatores ESG. Nessa seção todas as métricas chaves serão abordadas, bem como o processo de screening e ratings.
Acreditamos que, mesmo sem a criação de uma carteira ESG, faz-se necessário definir um benchmark apropriado para comparabilidade. Nesse tópico serão expostos os índices que julgamos mais adequados para medição de performance.
Por fim, traremos uma página dedicada a cada companhia merecedora do Selo Inter ESG em nossa cobertura. É imprescindível uma luz nas iniciativas adotadas que lhes conferiram o prêmio de boas práticas.
Senta lá que vem história
O acrônimo foi empregado pela primeira vez em 2004, a partir de uma carta da ONU às principais instituições financeiras do mundo. A mensagem era de incentivo a integração dos aspectos ambientais, sociais e de governança no mercado de capitais.
No entanto, o conceito é antigo.
Em 1960, o interesse do mercado financeiro por empresas mais responsáveis desabrochou. Naquela época, o que começou a reflexão foi como as questões ambientais poderiam se tornar um risco financeiro ameaçando o desempenho das ações. Desde então, iniciou-se um movimento em prol de investimentos socialmente responsáveis, combinando análises econômico-financeiras com engajamento ambiental, social e de governança corporativa.
Os cuidados com os impactos financeiros e não financeiros relacionados a agenda ESG vêm ganhando grandes proporções de forma global nos últimos anos. Os esforços para promoção do tema aparecem tanto no setor público quanto no privado, protagonizado pela atuação do mercado financeiro. Entretanto, alguns países já estão na vanguarda no que se refere a regulações, conscientização e fiscalização.
Em linha com a evolução das iniciativas, os números relacionados aos investimentos sustentáveis também progrediram. Em 2020, segundo a Global Sustainable Investment Alliance, mais de US$ 35,3 trilhões atrelados a fatores ESG foram geridos por investidores institucionais dos cinco principais mercados cobertos pelo relatório (Austrália, Canadá, Europa, Estados Unidos e Japão), o que representa, aproximadamente, 36% dos ativos financeiros sob gestão no mundo. Os EUA têm a maior proporção desses ativos sustentáveis, com 48%, seguido pela Europa, 34%.
Outra pesquisa, conduzida dessa vez pela Blackrock, maior gestora de ativos financeiros no mundo, entrevistou 425 investidores em 27 países e concluiu que eles pretendem dobrar seus investimentos sustentáveis nos próximos cinco anos. E essa intenção vem sendo colocada em prática. Em 2020, investidores em fundos mútuos e ETFs investiram US$ 288 bilhões globalmente em ativos sustentáveis, um aumento de 96% em relação ao ano anterior.
E no cenário doméstico?
A integração ESG no Brasil ainda é incipiente. Os times dedicados no entendimento da incorporação dessas questões às projeções financeiras no que tange a crescimento de receita, custos, margens, capex, alíquota de imposto, entre outros ainda é pequena. Na realidade, grande parte dos interessados nessa agenda ainda são investidores institucionais fora do Brasil que já utilizam essa coesão nas suas próprias decisões de investimento. A demanda pela integração ESG por parte dos investidores brasileiros é pequena. Esse entendimento envolve uma mudança de cultura, que deverá ser mais percebida ao longo do tempo.
Pesquisas
Metodologia
Preferimos ter uma abordagem exigente e padronizada em nosso Selo Inter ESG nesse primeiro momento. Foram analisadas diversas métricas que foram aglutinadas em 10 microtemas. Após o estudo dos microtemas, chegamos em um score proprietário, que foi ponderado pelos índices e pactos ESG, além de notícias controversas, chegando no resultado final. Nosso Selo ESG é o desfecho de toda essa análise descrita.
Na integração dos fatores ESG, temas fundamentais foram endereçados: (i) vantagens competitivas de longo prazo; (ii) oportunidade de geração de valor; (iii) mitigação de riscos financeiros e não financeiros e; (iv) capacidade de gerar retornos sustentáveis ao longo do tempo. Também foi incorporado um filtro de exclusão (negative screening), retirando companhias e setores que ferem os princípios ESG.
Por fim, conceder o Selo apenas pelo alinhamento à agenda ESG vai contra o dever fiduciário da área de Research. Devemos também considerar a tese de investimento da companhia, em outras palavras, sua capacidade de gerar retorno aos acionistas.
O Selo Inter ESG não se predispõe a reinventar o que tem sido feito, mas sim ajudar o investidor a reconhecer as empresas que têm se mostrado mais aderentes e comprometidas com a agenda da Sustentabilidade, de acordo com as informações divulgadas e ações tomadas, corroborando o empenho destas companhias e a evolução no alcance dos seus objetivos. Com base nos dados disponibilizados publicamente, usamos filtros de provedores renomados, como Refinitiv e Bloomberg, além da presença em índices especializados como ISE da B3, MSCI e S&P. Passado por este filtro inicial, nosso time de analistas se debruçou sobre os relatórios de sustentabilidade das companhias, buscando ainda, por informações e notícias na mídia que pudessem trazer pontos controversos ao que foi exposto e publicado. Então, dentre nosso universo de cobertura e das 30 empresas selecionadas inicialmente, restaram 15, em seguida expostas.
Índices & Benchmarks
Como devemos comparar as empresas e o Selo ESG?
Na bolsa brasileira, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) é a melhor opção, embora ainda precise melhorar sua metodologia (o que vem acontecendo). Lançado em 2006 e revisado em 2021, o índice valida o compromisso das companhias com as práticas e alinhamento empresarial de desenvolvimento sustentável e engajamento na agenda ESG. A nível internacional, temos o índice MSCI Brazil ESG e S&P/B3 Brazil ESG Index que também avaliam as mesmas métricas.
Dentre as companhias selecionadas temos: AESB3, BBAS3, BBDC4, BRFS3, ENBR3, EGIE3, FLRY3, ITUB4, LREN3, KLBN11, MOVI3, ODPV3, SANB11, SUZB3 e TOTS3.
Acesse o relatório abaixo para ver as análises das empresas selecionadas.