JV com CDF traz ótimas sinergias e já nasce grande.
A Porto comunicou em fato relevante nesta quinta-feira (12), um acordo de investimento com a CDF, prestadora de serviços de assistência e suporte digital, que terá como objetivo a criação de uma nova companhia 100% controlada pela Porto para atuação no ramo de serviços e assistência. Participamos da reunião com analistas da Porto, na qual a companhia apresentou o racional do acordo e seus potenciais.
A operação. Será criada uma nova companhia “Newco”, que contará com 81,2% do capital social representado pela Porto e 18,8% pela CDF, que aportará com 100% das suas ações na joint venture. A Newco por sua vez, deterá 100% da Porto Seguro Assistência e Serviços e da CDF, explorando os serviços de assistência automotiva e residencial da Porto, sob os nomes Porto Socorro, Porto Faz e Porto Reppara! e de 100% da CDF, que possui os serviços de suporte de tecnologia, Instalações e Manutenções/Reparo. A conclusão da operação dependerá dos tramites como: i) cisão da Proto Seguro Companhia de Seguros Gerais, que detém as operações citadas e; ii) aprovação pelo CADE. A joint venture criada será 100% controlada pela Porto e terá como CEO, o Sr. Eugênio Staub Filho, atualmente no comando da CDF.
As oportunidades. Ficou clara a alta sinergia entre os negócios, de um lado a Porto oferece toda gama de serviços e assistências para automóveis e residências e do outro a CDF disponibiliza os serviços de suporte tecnológico, instalações e emergenciais com uma rede diversificada de clientes de varejo (B2B2C), como Magalu, Carrefour, Via, Pernambucanas, Comgas e Vivo. Ficando a Porto responsável por cerca de 80% da receita e a CDF por 20% da receita, em quase mesma proporção em contribuições ao EBITDA, 81,9% e 18,1%, respectivamente. Com isso as companhias combinam por parte da Porto cerca de 4.300 prestadores da Rede Padão, 3.000 Prestadores Não Padrão mais a rede da CDF, que consiste em uma central de atendimento de mais de 400 técnicos especializados funcionários da companhia e uma rede de mais de 7.700 técnicos especializados (terceirizados) que atendem ao varejo e em expansão para o setor de utilities e telecom de alta especialização, fazendo com que a nova empresa possua um portfólio completo combinando mais de 15.000 prestadores de serviços, com potencial de cross-sell e up-sell em vários canais de atendimento.
O valuation. A joint venture criada, segundo a Porto, tem um potencial de cerca de R$ 2 bi de faturamento, com um EBITDA potencial de R$ 414 milhões por ano a uma margem Ebitda de 21% no total, sendo uma combinação de resultados em que a Porto contribui com 80% das receitas e 81,9% do Ebitda e a CDF com 20% e 18,1%, respectivamente. Considerando o potencial da operação e o caixa líquido das companhias, o Equity Value foi de R$ 4.216 mm e já que a participação da Porto no negócio será de 81%, o valor embutido para a Porto na operação foi de 10x Ebitda, o que consideramos justo.
Nossa visão. A operação traz ótimas sinergias e já nasce como um grande player no segmento de serviços e assistência, valendo cerca de R$ 4 bilhões e deve seguir um caminho para se tornar a nova vertical/negócio da Porto englobando os serviços, que não havia sido mencionada no Porto Day e ainda é tocada sem uma segregação de negócios e marca como as demais. Mantemos nossa recomendação neutra para PSSA3 com preço-alvo alterado para o final de 2022 de R$ 24 (anteriormente R$ 23), já incorporando os recentes resultados do 1T22 e o valor adicional da CDF ao negócio.