Macroeconomia


Parceria Itaú e Totvs

matheus1

Matheus Amaral

Publicado 13/abr2 min de leitura

Um bom negócio para ambos

O Itaú e a Totvs anunciaram uma parceria para a criação de uma joint venture que partirá da atual operação chamada Techfin da Totvs, de sua controlada Supplier, na qual o Itaú será sócio com 50% de participação no negócio. O Itaú pagará R$ 610 milhões, complementando com um earn out de R$ 450 milhões após 5 anos mediante o atingimento de metas de crescimento e performance. O Itaú também atuará com compromisso de funding para as atuais operações e futuras, além do expertise de crédito e desenvolvimento de novos produtos na Techfin. A parceria aguarda aprovação dos órgãos reguladoras para sua concretização.

Com base no valor a ser aportado pelo Itaú, o negócio, que em sua natureza é uma fintech, nasce com um valuation de cerca de R$ 2 bilhões, o que significa que o banco pagou cerca de 17 vezes lucros (2021) da Techfin para ter metade da JV, relativamente barato frente ao pares fintechs do mercado. Por outro lado, as oportunidades em geração de novos negócios e ganhos de agilidade escala para a joint venture são positivas.

Para o Itaú apesar de positiva, a transação não é material. O banco possui uma carteira de crédito de R$ 157,5 bilhões nas linhas de MPME, mercado de atuação da TechFin, que possui uma carteira de crédito (Supplier mais FIDC) de R$ 1,5 bilhão. Por outro lado, o valor para o Itaú está em utilizar a JV para explorar as oportunidades na base de clientes da TechFin com sua vasta experiência no negócio de crédito e soluções financeiras e sua capacidade de funding mais barata, aproveitando também o vasto expertise da Totvs em soluções tecnológicas, o que permite antecipar oportunidades em crédito de forma ágil e integrada, inclusive alinhando aos contextos do open finance. Nossa recomendação para ITUB4 é neutra com preço-alvo de R$ 31 para o final de 2022.

Para a Totvs a JV traz um potencial de aceleração e integração da Dimensão de TechFin, responsável por 6% da receita líquida de 2021 com acesso a funding mais barato e maior possibilidade de escala. Esta dimensão contará com a expertise financeira do maior conglomerado financeiro do país na busca da ampliação, simplificação e democratização do acesso aos produtos financeiros no mercado B2B, diagnosticando e gerando soluções cada vez mais personalizadas para os clientes. Vemos na união dos trabalhos das Companhias um passo importante para inserção no mercado que vem se criando, influído pelo open finance. Nossa recomendação para TOTS3 é de compra com preço-alvo de R$ 50 para o final de 2022.

Receba nossas análises por e-mail