O Mercado na Semana
A bolsa brasileira encerrou a semana com alta de 1,56% enquanto o S&P 500 subiu 0,55%. O humor do mercado melhorou após o comunicado do Fed descartando uma alta dos juros para esse ano e os dados de Payroll terem vindo abaixo do esperado. O dólar fechou com queda de 0,78%.
Brasil
No Brasil, a semana foi intensa em termos de divulgação econômica. O mercado de trabalho continua bastante saudável, com a taxa de desocupação em patamares mínimos históricos. Ao mesmo tempo, os salários não apresentam crescimento a ponto de suscitar pressões inflacionárias. O setor externo continua desempenhando de maneira positiva, com o déficit em transações correntes alcançando 1,46%. O grande destaque continua sendo a balança comercial que, de acordo com os dados da Secex, acumulou saldo positivo de US$19 bilhões no primeiro trimestre desse ano. Além disso, a economia brasileira observou entrada líquida de US$9,6 bilhões de investimento direto no país, o maior valor para um mês de março em toda a série histórica. Em março, vimos uma dicotomia entre o crédito para pessoas jurídicas e físicas, com o movimento de melhora generalizada entre janeiro e fevereiro perdendo força, com destaque para o crédito desacelerando para as famílias. Finalmente, a produção industrial cresceu 0,9% em março, abaixo das expectativas do mercado de alta de 1,4%, com crescimento de 0,7% em 12 meses, desacelerando em relação ao mês anterior. Comparado a março de 2023 houve queda de 2,8%.
Internacional
No âmbito internacional, os destaques foram a decisão do FOMC na quarta-feira e o Payroll de abril, na sexta-feira. O Fed manteve a taxa de juros no patamar de 5,25%-5,50%, ressaltando que a economia continua robusta e que não houve progresso suficiente no lado da inflação, mas enxerga o balanço de riscos para o mandato duplo numa situação melhor do que estava há um ano. A grande novidade foi o anúncio de que, a partir de junho, o ritmo do quantitative tightening (QT) irá reduzir de 60 bilhões de dólares por mês para 25 bilhões de dólares por mês. Já o Payroll veio pior que o esperado, indicando a adição de 175 mil empregos, ante expectativa de 240 mil. Com isso, a taxa de desemprego aumentou na margem de 3,8% para 3,9%. Salários avançaram 0,2%, também abaixo da expectativa, e crescem a uma taxa anualizada de 3,9%. A variação dos salários nos últimos 3 meses anualizadas está em 2,8%, amplamente consistente com a meta de inflação de 2%. Mantendo-se essa tendência no mercado de trabalho e sem maiores sinais de reaceleração inflacionária, esperamos que o primeiro corte nos juros ocorra na reunião de setembro.
Próxima Semana
Na próxima semana, os destaques estarão voltados para a política monetária e inflação brasileira. Na quarta-feira, o Copom irá divulgar sua decisão de política monetária. Há ampla expectativa sobre quais serão os próximos passos da política monetária em meio à piora do cenário internacional. Na sexta, teremos a divulgação do IPCA de abril, que deve reforçar a boa dinâmica inflacionária vista no IPCA-15 do mesmo mês. Além disso, teremos a divulgação das vendas no varejo brasileiro, da produção automotiva e do IGP-DI, todos na quarta-feira.