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Análise | Setor Externo | Março 24

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André Valério

Publicado 02/mai1 min de leitura

Transações correntes foram deficitárias em US$4,6 bilhões em março de 2024

Resultado ficou abaixo da expectativa de mercado, que projetava um déficit no valor de US$3,05 bilhões. No acumulado dos últimos doze meses, o déficit registrado foi de US$ 32,6 bilhões, 1,46% do PIB. É o pior resultado para o mês de março desde 2021, quando o déficit alcançou US$8,55 bilhões. O resultado negativo foi fruto de um superávit de US$5,1 bilhões na balança comercial, que foi compensado pelos déficits na conta de serviços, que totalizou US$3,7 bilhões, e da renda primária, que totalizou US$6 bilhões.

Investimento Direto no País (IDP) teve ingresso líquido de US$ 9,6 bilhões

O IDP em março surpreendeu positivamente as expectativas, que apontavam ingressos líquidos de US$6,85 bilhões. Este saldo corresponde ao ingresso de US$4,1 bilhões em participação de capital e de US$5,5 bilhões em operações intercompanhia. No acumulado de 12 meses, o IDP totalizou US$66,5 bilhões, o que corresponde a 2,98% do PIB, retomando a tendência de alta após um mês de queda.

Balança Comercial e ajustes BC

Em relação aos dados da Secex, o Banco Central ajusta a balança comercial de bens incluindo as encomendas de pequeno valor e a importação de critpoativos, que não são considerados títulos de valores mobiliários. Entre janeiro e março, o saldo comercial apurado pelo BC foi US$6,5 bilhões inferior ao da Secex (US$12,55 vs. US$19,08 bilhões), com a importação de encomendas de pequeno valor acumulando US$2,7 bilhões e destaque para o crescimento da aquisição de cripto, que somou US$4,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024, uma alta de 118% em relação ao mesmo período no ano passado.

O desempenho da balança comercial no primeiro trimestre sugere continuidade da robustez do setor externo. De acordo com os dados da Secex, a economia brasileira acumula saldo positivo de US$19,08 bilhões, acima dos US$15,61 observados no mesmo período do ano anterior.

A melhora na balança comercial se deve tanto a um aumento nas exportações quanto a uma diminuição nas importações. Destacam-se o aumento expressivo nas exportações da indústria extrativa, com alta de quase 20% frente ao mesmo período do ano anterior.

O bom desempenho nas exportações da indústria extrativa se deve tanto ao aumento nas exportações de petróleo e derivados, que aumentaram 10,8% no 1º trimestre desse ano frente ao mesmo período do ano anterior. Mas também se destaca o forte aumento nas exportações de minério de ferro, que avançaram mais de 30% no mesmo período.

A contribuição do petróleo deve continuar ajudando a balança comercial no restante do ano. Os dados parciais de abril indicam um total exportado de US$5,7 bilhões até a quarta semana de abril.


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