Macroeconomia


O Mercado na Semana

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Gabriela Joubert

Publicado 05/jan

Um começo devagar

O ano iniciou com os mercados realizando parte dos lucros obtido nas últimas semanas, com a bolsa, tanto brasileira quanto americana, fechando a semana levemente negativa, com perdas de 1,62% e 1,79% respectivamente. O dólar encerrou praticamente estável, cotado a R$ 4,87

Brasil

No Brasil, a semana foi agitada com diversas divulgações. Em novembro, as transações correntes apresentaram déficit de US$1,6 bilhão, pior que o esperado, entretanto, a balança comercial continua surpreendendo positivamente, apresentando superávit de US$6,7 bilhões. O saldo de crédito ampliado ao setor não financeiro aumentou em 1,4% em novembro, frente a outubro, entretanto, perdeu força no acumulado dos últimos 12 meses, desacelerando de 9,2% em outubro para 9% em novembro. A boa notícia é a manutenção da tendência de queda na taxa de inadimplência. O resultado fiscal em novembro mostrou nova deterioração em relação às expectativas, acumulando um déficit de R$119,5 bilhões no ano, até novembro. A expectativa é que o governo encerre 2023 com um déficit de R$140 bilhões. Por outro lado, o endividamento do governo reduziu, entretanto, tal redução foi devido à revisão positiva da série histórica do PIB pelo IBGE. Finalmente, a produção industrial avançou 0,5% em novembro, resultado acima do esperado. O resultado foi amplamente influenciado pelo bom desempenho da indústria extrativa, mas os sinais de fragilidade do setor persistem.

Internacional

No lado internacional, as atenções estiveram voltadas para os dados de emprego da economia americana, que continuam indicando um mercado de trabalho bastante aquecido. De acordo com o payroll, a economia americana adicionou 216 mil novos empregos em dezembro, resultado acima do esperado, o que reduziu a taxa de desemprego a 3,7%. Desde a última reunião do Fed o mercado antecipa diversos cortes na taxa de juros ao longo de 2024, porém, esse dado do payroll torna pouco provável o início do ciclo de cortes no curto prazo. Por outro lado, o indicador antecedente de emprego do setor de serviços veio bem mais fraco que o esperado, o que reforçou a visão de cortes nos juros em parte do mercado. Entretanto, a incerteza é elevada e cautela é necessária.

Próxima semana

Para a próxima semana as atenções estarão voltadas aos dados de inflação da economia brasileira e americana, que serão divulgadas na quinta-feira. No Brasil, a expectativa é de uma inflação um pouco mais pressionada, dado o comportamento do IPCA-15 de dezembro, enquanto na economia americana a expectativa é pela continuidade do enfraquecimento da inflação, o que, se confirmado, poderá alimentar ainda mais a expectativa de cortes nos juros.


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