Macroeconomia


O Mercado na Semana

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Gabriela Joubert

Publicado 10/nov

Job is done?

O bom humor do mercado persiste, com a leitura de que o Fed já encerrou os trabalhos. Assim, apesar de toda a volatilidade vivenciada no mercado brasileiro, o Ibov encera com alta de 2% nesta semana, em parte explicada pelos resultados dos bancos, destaque para Itaú, bem como a valorização de 4% do IMOB (índice do setor imobiliário), com destaque para o resultado de Direcional. Na contramão, a Petrobras frustrou as expectativas em relação ao resultado divulgados nesta sexta, caindo quase 3% na semana.

Brasil

No Brasil, o destaque da semana foi o IPCAde outubro que continua sua dinâmica benigna, apresentando uma alta de 0,24%, abaixo do esperado. Além disso, a semana foi intensa em divulgações econômicas. As vendas no varejo surpreenderam positivamente, registrando alta de 0,6% em setembro. Por outro lado, o resultado fiscaldo governo continuou seu processo de deterioração, registrando déficit primário de R$18 bi em setembro. Os dados de créditode setembro indicam continuidade da desaceleração, entretanto, já se enxerga alguma luz no fim do túnel com a taxa de inadimplência começando a reduzir. Finalmente, o setor externocontinua dando sinais de robustez, com a economia brasileira registrando superávit comercial de US$7,2 bilhões em setembro.

No lado político, o grande destaque ficou por conta da aprovação da reforma tributária no Senado Federal. Apesar da proposta ter sofrido alguns ajustes por parte dos senadores, ela continua sendo uma grata melhoria ao atual sistema e o que pode levar a ganhos significativos de produtividade ao longo dos próximos anos. Devido às mudanças feitas no Senado, a proposta volta à Câmara dos Deputados para ser votada novamente, mas existe a expectativa de que a reforma possa ser promulgada ainda este ano.

Internacional

No lado internacional, as atenções continuaram voltadas ao comportamento das taxas longas dos títulos públicos americanos. Jerome Powell, presidente do Fed, discursou em evento do FMI na quinta-feira, sem apresentar grandes novidades frente ao comunicado pós-decisão do FOMC na última semana, o que reforçou a visão do mercado de que o Fed já encerrou o ciclo de alta. Entretanto, nesta mesma quinta-feira, o tesouro americano fez um novo leilão de títulos públicos de 30 anos que encontrou baixíssima demanda, levando a uma pressão nas taxas. Inicialmente, esse evento causou pessimismo no mercado, mas relatos de que um grande banco chinês foi vítima de um ransomware, o que impediu a colocação de um grande bloco de ordens no leilão, fez o mercado acreditar que o leilão foi pior que o esperado por uma questão pontual. Portanto, de olho nos próximos leilões.

Próxima semana

A próxima semana será esvaziada pelo feriado na quarta-feira, mas destacamos a divulgação do volume de serviços na terça-feira e do IBC-Br na quinta-feira, consolidando os dados de atividade do mês de setembro. Mas o grande destaque estará na divulgação do dado de inflação da economia americana para o mês de outubro na terça-feira. Além disso, a China divulga os seus dados de atividade referentes ao mês de outubro. Finalmente, também teremos a divulgação da inflação da zona do Euro na sexta-feira.


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