Sem direção clara
O humor do mercado melhorou consideravelmente, com a leitura de que o Fed já encerrou os trabalhos. Apesar de outubro ter fechado com mercados globais em forte baixa pela maior aversão ao risco, novembro começa com pé direito e, na semana, os índices globais avançam fortemente, seguindo a queda nos juros. O Ibovespa acumulou alta de 1,55%, com destaque para o INDX, índice de indústrias, que subiu 2,51%, seguido pelo IMAT, de Materiais Básicos, que avançou 1,89%, puxado pelas empresas de commodities, em especial Vale.
Brasil
No Brasil, a semana foi marcada pelo Copom que não surpreendeu e cortou a Selic em mais 50 p.b. O comunicado frente à última reunião sofreu poucas alterações, com o comitê sinalizando que deve manter a atual ritmo de cortes pelo menos nas próximas duas reuniões. Além disso, reforçaram a necessidade do cumprimento da meta fiscal já estabelecida, apesar de não incluírem o risco fiscal como uma variável no balanço de riscos da inflação. Além do Copom, tivemos a divulgação do IGP-M de outubro que avançou 0,5%, abaixo da expectativa, mostrando que a dinâmica inflacionária deve permanecer benigna. Por fim, a produção industrial de setembro ficou estável, assim como a taxa de desemprego.
No lado político, o destaque ficou por conta da coletiva do ministro da Fazenda Fernando Haddad que, na segunda-feira, não conseguiu dar explicações plausíveis para as declarações do presidente Lula na última sexta-feira, colocando em dúvida o cumprimento da meta fiscal em 2024. A despeito disso, a curva de juros encerrou a semana com um fechamento de 50 p.b na ponta longa frente à curva do mês passado, devido ao ambiente externo mais favorável.
Internacional
No lado internacional, os destaques foram a decisão do FOMC e o payroll de outubro. O Fed, como esperado, manteve a taxa de juros inalterada. Na coletiva, Jerome Powell deu a impressão de que o FOMC não deseja mais aumentar a taxa de juros e o mercado interpretou dessa maneira, com os juros caindo logo após a coletiva. Esse movimento foi intensificado pelo resultado do payroll, que veio abaixo do esperado. O conjunto de dados do mercado de trabalho americano aponta um enfraquecimento na margem em outubro, dando ainda mais confiança de que o Fed não terá que elevar a taxa de juros novamente. Com isso, o apetite por risco voltou a aparecer no mercado internacional.
Próxima semana
Teremos uma intensa divulgação de dados na próxima semana, com as atenções voltadas ao IPCA de outubro que será divulgado na sexta-feira. Além disso, o Banco Central divulgará sua série de estatísticas a partir de segunda-feira, assim como a ata da última reunião do Copom na terça. Por fim, teremos a divulgação das vendas no varejo na quarta-feira. No lado internacional, o destaque fica por conta da balança comercial chinesa na terça-feira e pelo discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na quinta-feira.