Macroeconomia


Inter Setores | Siderurgia & Mineração | Abr.22

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Gabriela Joubert

Publicado 14/abr10 min de leitura

Demanda arrefece e custos se elevam

Seguindo a escalada nos preços das commodities nos mercados internacionais, em março, os preços de minério de ferro e aço também subiram, a despeito dos sinais de desaceleração do maior mercado consumidor do mundo, a China, o que deve contribuir para as receitas das companhias no setor, compensando a queda de volumes vendidos em razão da sazonalidade de chuvas no período. Na Siderurgia, os ventos sopram contrários, com demanda limitada por menor apetite da indústria e preços limitados por pressões inflacionárias na cadeia. Entretanto, destacamos que em março uma leve reversão já pode ser observada com spread metálico avançando, abrindo oportunidades para recomposição de margens, após os impactos negativos que devemos observar nos primeiros três meses do ano.

Em se tratando de minério de ferro, o produto padrão (MF62) ficou em média de US$ 158,5/t em março, em resposta à elevação generalizada das commodities no cenário global. As exportações brasileiras de minério de ferro no mês se recuperaram da forte queda observada em janeiro e fevereiro em razão das limitações pelo intenso período de chuvas, e voltam ao patamar mensal dos 28 Mt, subindo 1,5% a/a. Quanto às importações chinesas da commodity, houve retração de 18,5% ante fevereiro e de 10% comparado ao mesmo mês de 2021. Os prêmios pagos aos produtos de maior qualidade, como o MF65, mantiveram- se em patamar elevado, em cerca de US$ 26/t, apesar da correção m/m. Em relação aos estoques nos portos chineses, vimos recuo para 137,5 Mt, ante os 142,4 Mt observados em fevereiro, mas ainda bem acima da média de 2021, de 125 Mt.

Em fevereiro, último dado disponibilizado pela WSA, a produção siderúrgica chinesa somou 75 Mt, queda de 8,2% m/m e 9,7% a/a. Para março, a expectativa é de maior recuo, em razão dos impactos da nova onda de covid que se alastra pelo país. O consumo aparente ficou em 72,3Mt em fevereiro, queda de 8,7% m/m (-7,7% a/a). Os estoques de aço na China mantiveram-se no nível de fevereiro, próximos a 18Mt, enquanto as exportações somaram 3,6Mt, queda de 22% m/m (-26% a/a). Os dados recentes da economia chinesa acendem um sinal de alerta quanto à capacidade de produção e apetite interno para consumo. Os níveis de estoques de aço encontram-se em patamar acima dos níveis pré-pandemia, assim como os estoques de MF. A produção siderúrgica chinesa oscila entre os níveis estimulados em 2021 e os mais limitados observados em 2018, época em que o MF62 estava na casa dos US$ 60/t. Contudo, a oferta global de MF, quando comparada a 2018, aumentou, o que gera estranheza para os níveis de preços atuais. Em março, tanto o PMI Manufatura quanto o Caixin ficaram abaixo de 50 pts, indicando retração na região.

Assim como em fevereiro, a tendência de queda do frete marítimo ficou para trás e este avançou 21% em março, para US$ 26,4/t, reflexo da contínua alta dos combustíveis em virtude do cenário de guerra no leste europeu. Os preços do aço tiveram forte recuperação em março, após as correções de janeiro e fevereiro, o que pode abrir espaço para recomposição dos preços no mercado interno (em razão da expansão do metal spread). O US Steel Index avançou 3,4% no mês, enquanto BQ US retomou o patamar de US$ 1.500/t, subindo 46% no período. Sucata também teve escalada nos preços, registrando US$ 880/t nos EUA, o que pode gerar ainda mais pressão de custos. Em demais praças, como China e Turquia, também vimos preços subindo.

Focando no mercado interno, a produção nacional de aço bruto somou 2.675 kton em fevereiro (último dado disponível), de acordo com o IABR, queda de 6% a/a, com destaque na queda de 14% na produção de planos. Já as vendas no mercado interno tiveram expansão de 8,5% ante janeiro, apesar da queda de 19% a/a. O Consumo Aparente somou 1.812 kton em fevereiro, +6,4% m/m, mas 15% menor que o mesmo mês de 2021. Dados da Anvafea mostraram novamente crescimento na produção de veículos em março, somando 184.786 unidades (+11,4% m/m, porém -7,8% a/a), reflexo da atual crise de semicomponentes que ainda afeta o setor. As vendas de veículos leves tiveram queda de 2,1% ante fevereiro, enquanto ônibus e caminhões avançaram 56% e 22%, respectivamente.

Com as mudanças recentes no cenário externo e interno, colocamos em revisão as companhias do setor, trazendo preços e recomendações atualizadas nos próximos dias.

Em se tratando de minério de ferro, o produto padrão (MF62) ficou em média de US$ 158,5/t em março, em resposta à elevação generalizada das commodities no cenário global.
As exportações brasileiras de minério de ferro no mês se recuperaram da forte queda observada em janeiro e fevereiro em razão das limitações pelo intenso período de chuvas, e voltam ao patamar mensal dos 28 Mt, subindo 1,5% a/a.
Os prêmios pagos aos produtos de maior qualidade, como o MF65, mantiveram-se em patamar elevado, em cerca de US$ 26/t, apesar da correção m/m.
A produção siderúrgica chinesa somou 75 Mt, queda de 8,2% m/m e 9,7% a/a. Para março, a expectativa é de maior recuo, em razão dos impactos da nova onda de covid que se alastra pelo país.
Em relação aos estoques nos portos chineses, vimos recuo para 137,5 Mt, ante os 142,4 Mt observados em fevereiro, mas ainda bem acima da média de 2021, de 125 Mt.
Assim como em fevereiro, a tendência de queda do frete marítimo ficou para trás e este avançou 21% em março, para US$ 26,4/t, reflexo da contínua alta dos combustíveis em virtude do cenário de guerra no leste europeu.
Os preços do aço tiveram forte recuperação em março, após as correções de janeiro e fevereiro, o que pode abrir espaço para recomposição dos preços no mercado interno (em razão da expansão do metal spread). O US Steel Index avançou 3,4% no mês, enquanto BQ US retomou o patamar de US$ 1.500/t, subindo 46% no período. Sucata também teve escalada nos preços, registrando US$ 880/t nos EUA, o que pode gerar ainda mais pressão de custos. Em demais praças, como China e Turquia, também vimos preços subindo.
Fonte: IABR
Fonte: Anfavea

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