Macroeconomia


Inter Setores | Siderurgia e Mineração - Nov/22

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Gabriela Joubert

Publicado 14/nov8 min de leitura

Flexibilizações e estímulos na China impulsionam setor no início do mês

Outubro ainda refletiu as preocupações do setor quanto ao futuro econômico da China mediante o terceiro mandato do governo de Xi Jinping, uma desaceleração no consumo mais forte que o esperado, a crise que ainda afeta o setor imobiliário e a política anti-covid que vem limitando a retomada das atividades no país. Contudo, desde o início de novembro, os ventos sopram em favor com notícias na China de que o governo vai flexibilizar algumas restrições quanto à covid. Além disso, o Banco Central Chinês (PBoC) anunciou uma lista de medidas socorristas ao setor de Real Estate, o que impulsionou a retomada dos papéis no curto prazo, que avançam cerca de 20% desde o início do mês. Com as incertezas ainda em pauta quanto ao efeito dos estímulos anunciado, mantemos a cautela para o país e as empresas no setor para o médio prazo, uma vez que ainda vemos a crise imobiliária com alicerces mais profundos do que o observado atualmente, o que poderia limitar a demanda local e, consequentemente, o consumo de aço e minério de ferro.

O produto padrão de minério de ferro (MF62) ficou em média de US$ 81/t em outubro, queda expressiva de 19% ante o mês anterior, em meio aos desafios correntes quanto à saúde da demanda siderúrgica no país. A diferença entre o produto padrão MF62 e os produtos de maior qualidade, como o MF65, se manteve em média de US$ 11/t. Já os estoques nos portos chineses tiveram leve alta versus setembro, para 119,6 Mt. As importações chinesas de minério de ferro somaram 95 Mt, recuo de 4,7% m/m, apesar da alta de 3,7% a/a, enquanto as exportações brasileiras da commodity retraíram 13% ante outubro de 2021 e 26% m/m.O frete marítimo recuou para US$ 19,9/t, uma baixa de 19% m/m, seguindo a queda dos preços das commodities energéticas, podendo trazer alívio aos custos de transporte das exportadoras no 4T22. Com o recuo do minério de ferro e as incertezas na China, os preços dos metais básicos tiveram nova queda em outubro e agora já estão abaixo tanto da média de 2021 quanto da média deste ano. Já para os produtos de aços, vimos continuidade na forte correção dos preços internacionais, com recuo médio de 8% nos diferentes produtos padrão, refletindo menor demanda global, desaceleração da China e menor preço das commodities nos mercados internacionais.

Em setembro, no último dado disponibilizado pela WSA, a produção siderúrgica chinesa totalizou 87 Mt, alta de 3,7% m/m e avanço de 18% ante o mesmo mês de 2021, porém abaixo dos 90 Mt médio da indústria. O consumo aparente chinês ficou estável em outubro, mas avançou 21% a/a. As vendas e produção de veículos no país seguem com forte avanço, crescendo 26% e 29% ante 2021, respectivamente, impulsionadas pela maior demanda de veículos elétricos. Contrariamente ao observado no mês anterior, dados de atividade na China decepcionaram com Vendas ao Varejo crescendo 2,5%, abaixo do esperado, e as importações e exportações recuando 0,7% e 0,3%, respectivamente, pela primeira vez desde maio/20. Por fim, o PMI Manufatura recuou novamente para 49,2 pts, abaixo dos 50 pontos, indicando contração.

No mercado interno, a produção nacional de aço bruto somou 2.743 kton em setembro (último dado disponível), de acordo com o IABR, -3,4% m/m e 10,1% menor que o mesmo mês de 2021. No acumulado do ano, o montante produzido é 5% menor que o do ano passado, mas ainda forte, considerando que em 2021 a indústria passou por processo de recomposição de seus estoques. As vendas no mercado interno tiveram leve alta de 0,5% ante agosto, com planos subindo 0,7% m/m e longos caindo 0,3% m/m. O Consumo Aparente somou 1,9 Mt(-3,6% m/m e -9,7% a/a).

O produto padrão de minério de ferro (MF62) ficou em média de US$ 81/t em outubro, queda expressiva de 19% ante o mês anterior, em meio aos desafios correntes quanto à saúde da demanda siderúrgica no país.
As exportações brasileiras da commodity retraíram 13% ante outubro de 2021 e 26% quando comparadas a setembro de 2022.
A diferença entre o produto padrão MF62 e os produtos de maior qualidade, como o MF65, se manteve em média de US$ 11/t.
Em outubro, a produção siderúrgica chinesa totalizou 87 Mt, alta de 3,7% m/m e avanço de 18% ante o mesmo mês de 2021, porém abaixo dos 90 Mt médio da indústria.
Já os estoques nos portos chineses tiveram leve alta versus setembro, para 119,6 Mt.
O frete marítimo recuou para US$ 19,9/t, uma baixa de 19% m/m, seguindo a queda dos preços das commodities energéticas, podendo trazer alívio aos custos de transporte das exportadoras no 4T22.

Os preços dos metais básicos tiveram nova queda em outubro e agora já estão abaixo tanto da média de 2021 quanto da média deste ano.

Já para os produtos de aços, vimos continuidade na forte correção dos preços internacionais, com recuo médio de 8% nos diferentes produtos padrão, refletindo menor demanda global, desaceleração da China e menor preço das commodities nos mercados internacionais.

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