Crescimento robusto em faturamento e sinistralidade alivia no rural, mas no auto ainda pressiona
/ O cenário macroeconômico tem mostrado uma forte atividade, que paralelamente beneficia o setor de segurador, principalmente em termos comerciais. No mês de agosto o setor faturou R$ 32,5 bilhões, um crescimento robusto de 28,1% a/a, direcionado principalmente pelo segmento de seguros, que cresceu 29,9% em agosto, o que tem sido impulsionado por reajustes tanto inflacionários quanto de adequação a maiores custos com sinistros, como os casos observados nos ramos automotivo e rural no 1S22. No automotivo, o setor já parece estar praticando uma precificação das apólices condizentes a alta sinistralidade vivenciada por conta de altos custos com reposições de peças e de inflação nos preços dos automóveis, causado pelo choque de oferta no setor. Os dados da Anfavea mostram um crescimento da produção de veículos, mas que ainda figura em patamar abaixo da média histórica. No rural, vimos safras prejudicadas pelas secas do ano passado ainda trazendo altos impactos em sinistralidade no 1S22, por isso a precificação neste segmento acabou também acompanhando o alto risco e também a precificação das commodities, por outro lado, a notícia boa é que a sinistralidade no setor caiu drasticamente em agosto/22.
/ Por fim, com a maior taxa de juros no mercado, as companhias têm reportado melhores resultados financeiros, não foi diferente em agosto, que no total do setor temos visto um desempenho positivo nesta linha de resultado das companhias.
Cenário macro
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Níveis de atividade corroboram para o um forte desempenho no setor. Produção de veículos cresce, mas ainda abaixo da média.
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Expectativas de juros em níveis atuais devem continuar beneficiando o resultado financeiro no setor
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Panorama do Setor
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Forte desempenho comercial no bimestre traz boa perspectiva para o 3T
/ O setor continua com um forte desempenho comercial, atrelado ao desempenho da atividade econômica e direcionado pelo reajuste na precificação de apólices no setor de seguros, com destaques aos ramos agro e automotivo, além da recuperação em contribuições no segmento de acumulação e a manutenção da boa performance em capitalização. No acumulado do ano até agosto, o setor soma um faturamento total de R$ 226,5 bilhões, uma alta de 17,1% contra o mesmo período do ano anterior. Só o setor de seguros cresceu 21% a/a nos 8 primeiros meses de 2022, totalizando R$ 104,1 bilhões, seguido pelo setor de acumulação com R$ 104 bilhões (+13,6% 8M22 vs 8M21) e Capitalização com R$ 18,3 bilhões (+16,6% 8M22 vs 8M21).
/ No mês de agosto, o setor reportou faturamento de R$ 32.513 milhões, um forte crescimento de 28,1% a/a, acelerando contra o mês de junho. O bom desempenho continua impulsionado pelo ramo de seguros, que avançou 29,9% a/a em agosto totalizando R$ 15,3 bilhões e pelo ramo de previdência com as contribuições crescendo 29,4% totalizando R$ 14,7 bilhões no mês. O ramo de capitalização também não ficou para trás e manteve o crescimento double-digit, mas desacelerou contra o mês passado totalizando R$ 2,5 bilhões e crescendo 12,4% a/a.
Ranking e distribuição demográfica de prêmios e sinistros – agosto/22
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Seguros
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Prêmios se mantém com forte crescimento e sinistralidade no rural melhora, auto ainda pressiona
/ O setor Segurador faturou em prêmios emitidos um total de R$ 15,3 bilhões, crescendo 29,9% a/a em agosto, acelerando fortemente frente ao mês passado, com destaques para os ramos rural (+52% a/a), Automotivo (+45% a/a), Danos e outros (+28% a/a) e prestamista (+22% a/a). Atribuímos o crescimento aos reajustes que vem acompanhando o cenário inflacionário, mas também de maiores riscos observados nos casos dos ramos auto e rural, que viram a sinistralidade avançar ao longo do 1S22. Destacamos que no bimestre o setor mantém forte crescimento de 25% a/a totalizando R$ 29,4 bilhões em prêmios emitidos, sinalizando um forte 3Tri.
/ Os sinistros ocorridos totalizaram R$ 5,7 bilhões, apresentando uma alta de 4,2% a/a em agosto, devido principalmente ao maior nível de sinistros no ramo auto e rural. A sinistralidade total registrou 46%, uma queda de 7 p.p. a/a e enquanto a maioria dos ramos ligados a cobertura pessoal reportam níveis mais normalizados por conta do controle de óbitos por covid-19, o ramo auto registra 70%, um indicador 5 p.p. maior que ago/21. Por outro lado na comparação mensal os dados tem mostrado redução, principalmente no ramo rural.
Com maiores prêmios, menor sinistralidade e resultados financeiros crescentes, tendência é de 3Tri positivo
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Resultados por seguradoras – Top 15
/ Pelo fato da representatividade dos ramos automotivo e vida no setor de seguros, as companhias Top 15 acabam figuram em players que atuam nos respectivos setores, que possuem margens diferentes. Como podemos notar companhias mais atuantes em ramos como Vida possuem menor sinistralidade e consequentemente uma margem melhor.
/ Os resultados no mês de agosto/22 vieram em grande parte melhores que agosto/21 indicando melhores margens com a redução na sinistralidade das companhias e maiores prêmios. Por outro lado o ramo auto ainda mostra uma sinistralidade acima da registrada no ano passado, vindo da inflação no segmento e da maior mobilidade urbana com a retomada das atividades.
Previdência
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Crescimento robusto em contribuições no acumulado do ano e agosto mantém o ritmo
/ O setor de Acumulação (Previdência) registrou crescimento de 13,6% no acumulado de 2022 até agosto contra o mesmo período do ano passado. Em agosto as contribuições mostraram forte crescimento de 29,4% a/a registrando R$ 14.705 milhões bem mais acelerado que o mês junho. Deste total, os planos VGBL totalizaram R$ 13.549 milhões (+31,5% a/a), enquanto o PGBL totalizou R$ 882,8 milhões com alta de 13,2% a/a e os planos tradicionais registraram R$ 273,1 milhões com queda de 2% a/a.
/ O número de participantes totalizou 32.842 mil em agosto/22 com queda de - 0,1% a/a e -1,1% m/m, já o número de beneficiários totalizou 153,9 mil representando 0,5% dos participantes.
Resultado financeiro beneficia resultados em agosto
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Contribuições por empresa e Portabilidade
/ Em termos de contribuições, os maiores players como Brasilprev, Caixa Vida e Prev. e Bradesco continuam liderando o segmento com maiores contribuições registradas em jul/22 vs jul/21, caso diferente da XP Vida e Prev, por exemplo, que registrou menores contribuições que o reportado em jul/21.
/ Em termos de portabilidade, o que vemos é um movimento de líderes cedendo para novos players, caso do movimento de perda de valor cedido da Brasilprev, Bradesco Vida e Prev. e Icatu, que foram os players que mais cederam em portabilidade no mês de julho/22 e na ponta recebedora, players como a XP Vida e Prev., Itaú Vida e Prev. e Icatu acabam na frente dos demais.
Capitalização
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Mantendo crescimento double-digit em receitas
/ As receitas com capitalização totalizaram R$ 2.490 milhões em agosto/22, um crescimento de 12,4% a/a, desacelerando levemente frente a julho/22, mas ainda mantendo um forte ritmo. Já no acumulado do ano as receitas totalizam R$ 18.316 milhões, um crescimento de 16,6%.
/ Os resgates totalizaram R$ 1.863 em agosto, crescendo 7,1% a/a e em uma proporção de 74,8% sobre as receitas do mês, um pouco abaixo da média. Já os sorteios representaram 5,5% das receitas em patamares normalizados.
Bom resultado no bimestre aponta para um 3Tri positivo
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