Os dados da Susep referentes a maio/22 mostraram a continuação do forte crescimento comercial do setor, que registrou um faturamento de R$ 29,2 bilhões, avançando 20,6% a/a. Destacamos o ramo de seguros, com faturamento de R$ 13,2 bilhões em maio, crescendo 25,7% a/a e acelerando contra o mês passado, seguido pelo ramo de capitalização, com faturamento de R$ 2,4 bilhões, que avançou 27,2% a/a, e acumulação que faturou R$ 13,5 bilhões em maio, com crescimento de 15% a/a.
Atribuímos o bom desempenho comercial do setor, principalmente em seguros, vindo de reajustes inflacionários nas apólices de seguros, bem como aumento do custo com sinistros, também causados por fatores inflacionários, como temos visto no ramo automotivo, por exemplo. O setor cresceu 43% a/a em faturamento em maio, mesmo em ambiente de baixa produção e emplacamentos, mas enfrenta altos custos com sinistros vindo da alta nos preços dos veículos por conta do choque de oferta causado pela falta de semicondutores. Outro ramo que continua apresentando bom desempenho comercial é o segmento rural, que cresceu 27% a/a em faturamento, onde além da boa demanda, as reprecificações das apólices vêm refletindo preços elevados das commodities e também maiores riscos vindos do aumento da ocorrência de sinistros nos últimos meses, por conta de fatores climáticos como secas e geadas. Outro segmento com forte desempenho é o de danos/outros, que cresceu 34% a/a, refletindo a retomada das atividades. O ramo de vida segue com crescimento consistente e avançou 19% a/a, seguindo a tendência de demanda pelo produto nos últimos anos. O mercado de acumulação tem mostrado boa expansão no ano, crescendo acima de 20% a/a nos últimos 3 meses; contudo, em maio, já observamos desaceleração, com avanço de 15% a/a.
A sinistralidade do setor trouxe leve piora em maio, registrando 53% (+2 p.p. a/a), refletindo uma alta sinistralidade no ramo automotivo, de 75%, e no ramo rural, de 73%, apesar de ter melhorado na comparação anual e mensal refletindo um melhor ambiente climático versus o ano passado. O ramo de vida, após a vacinação, vem apresentando dados normalizados e registrou uma sinistralidade de 39% em maio, melhora significativa de 30 p.p. a/a.
Após os dados do bimestre de abril e maio continuamos otimistas para um 2T com melhores resultados para as companhias seguradoras, que observaram um índice combinado total de 90% no bimestre, ante 103% registrados no 1T22, direcionados principalmente por uma melhora nos sinistros nos ramos automotivo e rural, mas que ainda figuram em patamares acima da média histórica. Considerando também o ambiente de alta nas taxas de juros, os resultados financeiros das companhias seguradoras vêm constantemente apresentando melhoras, o que traz um índice combinado ampliado de 82% no bimestre de abril e maio, ante um índice combinado ampliado de 95% registrado no 1T22.