Inter Research | Market Strategy
Enfim, 2023 termina e o balanço foi o de um ano volátil, de altos e baixos, carregados de movimentos muitas vezes eufóricos, que testaram a resiliência do investidor. O ano do Cash is King! (dinheiro é rei, na tradução livre) se materializou com o cenário de juros mais altos nas economias globais que tiveram que lidar ao longo de todo o ano com economia resiliente e nível de inflação não observado há décadas. O investidor estrangeiro descobriu o equivalente ao nosso CDI e vimos evasão de capital dos fundos, das Treasuries e da bolsa, que ficou de lado, com exceção das Magnificent Seven, as grandes empresas de tecnologia que foram beneficiadas pela corrida pela inteligência artificial. No Brasil, o Bacen deu início aos cortes na Selic, mas cobrando um maior comprometimento do governo com as contas públicas e o risco fiscal que, aliás, foi e voltou ao longo de todo o ano. Tivemos a Crise das Americanas e do Varejo no Brasil, Crise Bancária nos Estados Unidos e na Europa, que culminou com a quebra do Silicon Valley Bank e a incorporação do Credit Suisse pelo UBS. Tivemos também a eclosão de uma nova guerra, em Gaza, e as commodities seguiram voláteis, mas em tendencia de queda depois do pico do ano passado. Enfim, um ano de muitos desafios, mas também de muitos aprendizados.
Virando a página, chegou a hora de olharmos para frente. Nos Estados Unidos, vemos um cenário ainda incerto para a primeira metade do ano, com possibilidade de uma recessão ainda não descartada, o que implica em cortes de juros, abrindo espaço para recuperação das Treasuries e outros títulos mais longos. Na Bolsa, a Inteligência Artificial ainda deve manter sua tendência positiva, mas agora mais direcionada, enquanto devemos ver as empresas de value se destacando positivamente versus growth. No Brasil, a Selic deve seguir em queda, juntamente com a inflação, que em nossa opinião desacelera, mas ainda ficando acima da meta, nos levando a manter nossa preferência por proteção, com os títulos indexados, seguida por pós-fixado. Na Bolsa, este cenário deve beneficiar os setores mais sensíveis às taxas de juros, como Imobiliário, Varejo, Indústria e Small Caps. Quanto às commodities, o panorama de desaceleração global e incertezas com China podem arrefecer o lado da demanda, levando à nova correção de preços. Dentre os riscos mapeados, globalmente elencamos uma recessão nos Estados Unidos, forte desaceleração global, incluindo China, alterações climáticas e conflitos geopolíticos. No Brasil, o desequilíbrio fiscal é ainda o maior ponto de atenção.
Como falado, ainda temos diversas incertezas pairando no ar, mas já podemos afirmar que 2024 será um ano de juros mais baixos, de inflação mais controlada e, com certeza, de oportunidades. Se 2023 foi o ano do CDI, do investir sem grandes esforços, 2024 será o ano de colocar o dinheiro para trabalhar. Confira esta versão especial do Strategy que preparamos para você e conte com a gente para suas decisões de investimentos no ano que se inicia.
Desejamos excelentes investimentos em 2024!