Macroeconomia


Inter Insights

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Matheus Amaral

Publicado 19/jun6 min de leitura

Inter Insights 016

Macro

#1 Inflação americana | CPI avança 0,1% em maio

Insight: Inflação americana registrou alta de 0,1% em maio na comparação com abril, abaixo da expectativa de 0,2%. Com esse resultado, a inflação acumula alta de 4% nos últimos 12 meses, ante alta de 4,9% observado em abril. O núcleo da inflação registrou alta de 0,4%, exatamente em linha com a expectativa. Na taxa anual, o núcleo desacelerou de 5,5% para 5,3%, mantendo tendência de desaceleração, mas ainda em patamar elevado e inconsistente com a meta de 2%. Os destaques do mês foram os gastos com habitação, que aumentaram 0,6%, sendo o principal fator por trás do resultado do mês. Por outro lado, os gastos com energia caíram 3,6%, resultado principalmente da queda nos preços dos combustíveis, sendo a principal influência de baixa no headline da inflação. De modo geral, foi um resultado sem surpresas e que não deve influenciar a decisão do FOMC amanhã. A nossa expectativa é que o Fed pause o ciclo de alta nessa reunião, aguardando novas divulgações econômicas para decidir os próximos passos, mas deixando claro no comunicado que estará vigilante com a inflação para retomar o ciclo de alta caso julgue necessário.

#2 Varejo Abril 2023 | Vendas avançam 0,1% em abril

Insight: Em abril, as vendas no varejo cresceram 0,1% na comparação com março, abaixo da expectativa de 0,3% e cresceram 0,5% na comparação com abril de 2022, também abaixo da expectativa de 1%. Com isso, o acumulado no ano é um crescimento de 1,9% e nos últimos 12 meses é um crescimento de 0,9%, mostrando a resiliência do varejo em meio ao ambiente mais desafiador de juros elevados e baixa demanda. No varejo ampliado, o volume de vendas caiu 1,6% na comparação com março, mas avançou 3,1% na comparação com abril, acumulando ganhos de 3,3% em 2023. Apesar dessa queda, o varejo ampliado tem surpreendido positivamente, uma vez que é um setor altamente sensível às condições de crédito que vem piorando consideravelmente ao longo de 2023.

Apesar do desempenho positivo, a maioria das atividades apresentaram queda no mês, com destaque para equipamentos de escritório, que recuou 7,2%. Na ponta positiva, destaque para alimentos e bebidas que avançou 3,2%. No varejo ampliado a queda foi puxada pela forte retração na venda de veículos e peças, que recuou quase 6% no mês.

De maneira geral, o varejo continua robusto ante uma expectativa de desaceleração mais acentuada devido à conjuntura. Prova disso é que abril foi o quarto mês consecutivo em que o indicador não apresentou variações negativas. Entretanto, a perspectiva para o setor continua delicada, com os juros em patamares elevados e a demanda enfraquecida, como foi ilustrado pelo resultado do PIB em que o consumo das famílias avançou apenas 0,2% no primeiro trimestre desse ano.

#3 FOMC | Fed pausa o ciclo de alta dos juros

Insight: O Fed manteve a taxa de juros inalterada na reunião de hoje, mas indicou que essa pausa pode ser momentânea. As projeções econômicas divulgadas juntamente com o comunicado indicam que a grande maioria dos membros do comitê antecipam pelo menos mais uma alta até o fim de 2023. Além disso, diminuíram a previsão para a taxa de desemprego e aumentaram a previsão para o núcleo da inflação, sugerindo que o Comitê enxerga que o atual processo de desinflação esteja mais lento que o desejado. Por outro lado, bancos centrais raramente pausam o ciclo de alta para retomá-lo na sequência. Uma vez que os dados econômicos divulgados entre a última reunião e a de hoje não apresentaram uma ruptura com o cenário base do Fed, não enxergamos espaço para altas adicionais. A projeção de altas adicionais até o fim do ano parece ter o intuito de controlar as expectativas do mercado e impedir uma euforia, mas contradiz o cenário mais provável para a inflação no segundo semestre desse ano, com a inflação de bens caindo aceleradamente, assim como a inflação de aluguel, o que deve levar a inflação cheia anualizada para um patamar próximo a 3% já no segundo semestre. Portanto, a nossa expectativa é que o Fed não realize novas altas até o fim do ano, com o ciclo de cortes podendo iniciar no primeiro trimestre do próximo ano. Tal cenário é condicionado no comportamento benigno da inflação no segundo semestre. Uma eventual reaceleração forçaria o Fed a retomar o ciclo de alta.

#4 S&P revisa a perspectiva do rating do Brasil para positiva

Insight: A S&P divulgou hoje uma revisão da avaliação do rating soberano do Brasil mantendo a nota em BB- mas alterando a perspectiva de neutra para positiva, o que significa que o rating poderá ter um upgrade ao longo dos próximos 2 anos. Essa revisão foi baseada em uma perspectiva mais favorável para as contas públicas, com base na melhora observada nos últimos anos e o novo arcabouço fiscal. Além do déficit menor que o previsto anteriormente, outros pontos favoráveis ressaltados pela agência foram o forte desempenho da balança comercial, que fortalece o fluxo cambial, e a atuação da política monetária na redução da inflação, com destaque para o regime de metas e o BC autônomo. A nota atual do Brasil, BB-, significa que ainda estamos 3 degraus abaixo do investment grade e será um longo caminho até sua retomada, o que somente será possível com o alcance de superávit primário suficiente para estabilizar a dívida pública. Ainda assim, a melhora na perspectiva indica uma confiança na visão do investidor estrangeiro nas instituições brasileiras, de certa forma, afastando o receio de retrocessos que dominou o debate político econômico nos últimos meses. Os mercados tiveram forte reação positiva após a divulgação, o dólar teve queda de 1,3% para R$4,80, a menor cotação desde maio do ano passado, o Ibov subiu 2% para 119 mil pontos e os juros futuros também tiveram queda forte de cerca de 30bps nas taxas longas.

#5 Atividade | Prévia do PIB sobe 0,56% em abril

Insight: O IBC-Br, indicador antecedente do PIB calculado pelo Banco Central, subiu 0,56% em abril na comparação com março, quando havia recuado 0,14%. O desempenho veio acima da expectativa, que era uma alta de 0,20%. O índice também avançou no acumulado dos últimos 12 meses, subindo 3,43%, enquanto no ano acumula alta de 3,88%, mantendo tendência robusta de crescimento. O resultado positivo do índice ocorreu apesar dos resultados fracos de indústria, serviços e varejo. Destes três setores, apenas varejo teve desempenho positivo em abril, indicando estabilidade ao subir apenas 0,1%. Como o conjunto de dados utilizado pelo Banco Central para computar esse índice é bem mais amplo, o resultado pode ser um sinal de que o setor agropecuário e o setor externo estejam desempenhando bem, compensando o enfraquecimento nos outros setores. De fato, a balança comercial tem surpreendido positivamente ao longo de 2023. O resultado indica que a atividade está mais robusta que o antecipado, mesmo com o aperto monetário e a demanda mais fraca, o que sugere um crescimento mais forte em 2023. Dado o resultado do PIB do 1º trimestre, esperamos que a economia brasileira cresça 2% em 2023.

Bancos

#1 Desenrola: secretário prevê plataforma para negociar dívidas em setembro. (G1)

Insight: Apesar da previsão dada pelo secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, o secretário ainda afirma que o cadastro dos credores (bancos) começará em julho, seguido pelo leilão dos créditos em agosto e por fim a população teria acesso à plataforma em setembro. Ainda achamos um cronograma otimista dado que os players envolvidos no programa ainda discutem a melhor forma da execução. Por fim, seguimos com a perspectiva de impactos limitados do programa para os bancos, contudo, o programa deve trazer um grande público outrora negativados nos birôs de crédito para o sistema de crédito novamente, facilitando novas concessões. Confira nosso relatório de impactos do Desenrola aqui.

Papel e Celulose

#1 Empapel | Mai.23

Insight: Em maio, vimos a expedição de caixas de papelão no país totalizar 340.284 unidades, em linha com o volume observado no mesmo mês do ano passado, mas 8,7% maior que abril, de acordo com os mais recentes dados divulgados pela Empapel. O que chamou atenção, no entanto, foi o volume quase 13% acima da média dos últimos cinco anos para o mês, o que pode mostrar um ritmo consistente de retomada da economia, já antecipado pelo PIB acima do esperado do 1T23, além da melhora no humor local com perspectivas de queda da Selic para o segundo semestre do ano. No acumulado de 2023, o volume está levemente acima do observado em 2022, que já foi um ano de vendas cerca de 6% acima da média histórica, corroborando um ano forte para o setor de embalagens, mesmo com os efeitos em março da suspensão das exportações de carne para a China em razão do episódio de “vaca louca”. Ressaltamos que o volume de caixas de papelão é um bom indicador precedente da demanda interna.

Últimos Relatórios

Mercado na Semana

Bancos | Itaú Unibanco - Itaú Day 2023

Papel e Celulose - Empapel

Análise | Inflação nos EUA | Maio/23

Carta ao Mercado – Junho 2023

Análise | Fomc | Jun23

Atividade | Abril 2023


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