Inter Insights 015
Macro
#1 IGP-M recua 1,84% em maio.
Insight: O IGP-M registrou queda de 1,84% em maio, após queda de 0,95% em abril. Com esse resultado, o índice acumula queda de 4,47% nos últimos 12 meses, o menor valor da série histórica. A deflação é fruto da queda nos preços ao produtor, tendência que foi acentuada após a plena normalização da cadeia de oferta global. Apenas em maio, o índice de preços ao produtor recuou 2,72%, sendo o quarto mês consecutivo de queda desse componente. Em 2023 o IPA já acumula queda de 4,34%, refletindo principalmente a queda dos preços das commodities em dólar e também da própria taxa de câmbio. Em maio, as matérias-primas brutas caiu 6,48%, refletindo principalmente a queda de minério de ferro, milho e soja. O IGP-M também sugere uma inflação ao consumidor controlada, com o IPC acelerando na margem, registrando alta de 0,48% em maio ante alta de 0,46% em abril. Assim como no IPCA, o principal componente de alta tem sido Alimentação, cuja taxa passou de 0,36% para 0,79%, refletindo principalmente o comportamento de alimentos em domicílio. Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,40% em maio, ante alta de 0,23% em abril, refletindo principalmente o aumento no custo de mão de obra, que avançou de 0,23% para 0,75%. Portanto, o IGP-M antecipa uma pressão baixista na inflação ao consumidor para o segundo semestre vinda da deflação de bens. Com isso, teremos uma política monetária ainda mais restritiva em termos reais, o que aumenta o espaço para cortes na Selic.
#2 Taxa de Desemprego – Pnad
Insight: A taxa de desemprego de 8,5% no trimestre findo em abril ficou abaixo da nossa expectativa de 8,9%. No entanto, a melhora foi devido à menor taxa de participação, ou seja, menos pessoas procurando emprego. A população ocupada teve queda de 0,6% no trimestre e o rendimento médio ficou estável, sinais de que o mercado de trabalho está desacelerando. A estabilidade no rendimento médio na margem é uma boa notícia para o BC e pode contribuir para a mudança no cenário, permitindo o início dos cortes da Selic a partir de agosto. Na comparação com o ano anterior, a evolução da massa salarial segue positiva em +9,6% em termos reais e deve manter o nível de consumo, mesmo com a alta dos juros e o aperto no crédito observado.
#3 PIB cresce 1,9% no 1º trimestre puxado pelo agro.
Insight: O PIB surpreendeu mais uma vez com crescimento acima do esperado (mediana das expectativas era 1,2% e nossa 1,5%). A surpresa veio basicamente do crescimento maior da agropecuária em 21,6% no trimestre, puxado pela safra recorde. O setor de serviços cresceu 0,6%, em linha, mas também em parte com resultado ligado ao agro, como transportes em +1,2%. Ainda pelo lado da oferta, a indústria extrativa teve forte desempenho de +2,3% no trimestre com a alta da produção de óleo e gás. Pelo lado da demanda, o consumo das famílias variou +0,2% em relação ao 4º trimestre e indica baixo efeito do estímulo fiscal no período, que foi amenizado pela política monetária restritiva e elevado comprometimento de renda das famílias. O destaque negativo do PIB foi a queda de 3,4% nos investimentos, também impactado pela alta dos juros e pelo cenário de maior incerteza no período.
O crescimento do primeiro trimestre deixa um carrego para o ano de mais de 2%, mas como o desempenho mais forte do agro foi concentrado no 1º trimestre pode resultar em alguma acomodação nos próximos trimestres. Além disso, um ponto de atenção é a taxa de investimento do PIB, que teve nova queda para 17,7% e pode reduzir o potencial da economia à frente.
#4 Economia americana adiciona 339 mil empregos em maio
Insight: Payroll americano registrou alta de 339 mil empregos em maio. O resultado foi acompanhado de crescimento dos salários menor que o esperado, de 0,3% na comparação com abril. Além disso, a taxa de participação ficou estável em 62,6%, mas ainda um patamar historicamente baixo. Apesar do resultado forte, observamos aumento do desemprego e, consequentemente, da taxa de desemprego. O número de desempregados aumentou de 440 mil para 6,1 milhões de pessoas. O número de pessoas que perderam o emprego ou tiveram emprego temporário aumentou de 318 mil para 3 milhões. O número de pessoas que estavam sem emprego nas últimas 5 semanas aumentou de 217 mil para 2,1 milhões. Finalmente, o número de pessoas sem emprego entre as últimas 15 e 26 semanas aumentou de 179 mil para 858 mil pessoas. Com isso, a taxa de desemprego aumentou 0,3 ponto percentual, alcançando 3,7%, a maior alta em único mês desde 2020. Outro ponto que chama a atenção é a queda nas horas médias trabalhadas na semana, indicando um retorno à média após o forte aumento observado em 2021 e 2022. É mais um sinal de cautela, uma vez que os empregadores tipicamente diminuem as horas antes de iniciar as demissões. De modo geral, o resultado é bastante confuso, portanto, convém lembrar que o payroll é a soma de duas pesquisas distintas, uma a nível domiciliar e outra a nível da firma. Os dados que indicam aumento de desemprego vêm da pesquisa domiciliar, enquanto os dados de criação de empregos vêm da pesquisa a nível da firma. E é justamente essa última pesquisa mais sensível aos detalhes técnicos da coleta. Primeiro, existem ajustes estatísticos de nascimento e morte de firmas que desde a pandemia está bem pouco confiável. Apenas esse ajuste foi responsável por adicionar 231 mil empregos no dado do payroll. Além disso, a pesquisa a nível da firma pode ocorrer dupla contagem, uma vez que um funcionário que possui mais de um emprego será contado em todas as firmas em que ele trabalha, enquanto a pesquisa a nível domiciliar apenas pergunta se a pessoa está empregada. De toda forma, é um resultado difícil de conciliar com o cenário atual e que vai colocar mais dúvidas nos membros do FOMC. Para a próxima reunião, o CPI de maio terá um grande peso, sendo divulgado no dia que marca o início das deliberações do FOMC, no dia 13 de junho.
Bancos
#1 Caixa estuda melhorar linha de crédito para compra de automóveis, diz presidente do banco. Segundo Rita Serrano, a ideia seria expandir o financiamento para além dos clientes da Caixa, hoje público do programa. (CNN)
Insight: A medida vai em linha com intenções do atual governo de impulsionar a indústria automotiva através dos carros populares. Atualmente a Caixa não é um player relevante no segmento e pratica as taxas mínimas possíveis dentro do segmento. Um possível foco da Caixa neste segmento pode afetar a competitividade nesta linha dado seu potencial de alcance. Players que atuam com maior foco no segmento podem enfrentar alguma pressão em taxas no futuro caso a Caixa resolva avançar no mercado em mar aberto.
Utilities
#1 IGP-M negativo e o setor elétrico
Insight: Uma característica presente em todos os segmentos do Setor Elétrico é o reajuste dos contratos por índices de inflação. Nos últimos anos, o Brasil passou por uma escalada inflacionária, resultando em reajustes generosos no setor. Contudo, recentemente os preços têm mostrado sinais de desaceleração, o que pode levar a correções menores neste ano e até mesmo reajustes negativos. Nesse relatório, exploramos esse evento que pode afetar principalmente as empresas de transmissão, Taesa e Alupar. Confira o relatório completo.
Siderurgia e Mineração
#1 China industrial profits tumble 18% in April as demand sputters. Os lucros da indústria chinesa despencaram nos quatro primeiros meses de 2023, conforme dados oficiais divulgados no último sábado, conforme as empresas seguem sofrendo com demanda interna arrefecida e margens pressionadas por custos ainda elevados de insumos (Reuters)
Insight: Na comparação anual, os lucros recuaram 20,6% a/a de Jan-Abr, resultado de uma demanda interna mais fraca, que tem comprometido o avanço das receitas, em especial no setor manufatureiro, uma vez que as incertezas quanto ao futuro da economia chinesa têm impulsionado a poupança no país. Além disso, o patamar ainda elevado dos preços de matéria-prima, em especial as commodities energéticas, têm pressionado os balanços das empresas, ocasionando nos recuos de margens observados. Em nossa opinião, as dinâmicas atuais devem se manter para os próximos meses, porém o leve recuo nos preços das commodities pode trazer um certo alívio no curto prazo. Mantemos nossa visão mais conservadora quanto ao crescimento da economia chinesa para este ano e seguimos cautelosos em especial ao setor de mineração e siderurgia.
#2 China's factory activity falls faster than expected as recovery stumbles. A atividade manufatureira na China recuou mais que o esperado em maio em razão da menor demanda, elevando a pressão sobre a autoridade monetária no país e pressionando ainda mais o mercado financeiro. (Reuters)
Insight: Os dados de PMI Manufatura mostraram nova deterioração, recuando a 48,8 pts em maio, refletindo menor demanda interna, desaceleração global e menor apetite no mercado imobiliário. Os dados divulgados impuseram ainda mais pressão nos preços das commodities, em especial as metálicas, o que por um lado pode trazer alívio nas pressões inflacionárias, via menores custos de insumos, mas por outro prejudicar as expectativas de recuperação das receitas das exportadoras, principalmente as mineradoras. Devemos ver novos estímulos do governo para diferentes setores da economia, na tentativa de impulsionar a demanda interna. A questão é se estes estímulos serão suficientes, pois até o momento eles têm se provado ineficazes.
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