Macroeconomia


Global Markets | Temporada de Balanços

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Gabriela Joubert

Publicado 12/jan

O que esperar dos resultados dos grandes bancos norte-americanos

Com o cenário de desaceleração batendo à porta, a temporada de resultados do 4T22 deve refletir as adversidades que passam a surgir quanto à menor demanda nos Estados Unidos, em meio a um ambiente de juros mais restritivos, e menor apetite por conta dos custos ainda elevados.

Dando início à temporada na sexta-feira, JP Morgan (JPM/JPMCO34), Bank of America (BAC/BOAC34), Citigroup (C/CTGP34) e Wells Fargo (WFC/WFCO34) divulgam seus balanços e, no geral, os Big Six devem reportar lucros menores na comparação anual, conforme os balanços refletem maiores despesas com provisões, em preparo a um cenário mais adverso à frente. Já se observa redução de poupança das famílias, bem como aumento dos empréstimos de curto prazo, e os bancos se organizam para provável aumento da inadimplência ao longo do ano.

O top line deve trazer números também abaixo do observado no 4T21 em virtude dos menores resultados com o braço de investimentos, uma vez que em 2021 o mercado encontrava-se ainda bastante aquecido por emissões de créditos, operações de M&A e IPOs. Importante ressaltar que os resultados dos grandes bancos, geralmente, funcionam como um termômetro não só da temporada, antecipando parte dos resultados de outros setores, mas também como antecedente da economia.

De acordo com o consenso da Refinitiv, na média, os bancos devem reportar receitas 21% menores e lucro líquido 17% abaixo do mesmo trimestre do ano anterior.

Além dos números em si, investidores e analistas estarão atentos às falas dos CEOs durante os calls de resultados, que já haviam antecipado no trimestre passado redução no ritmo de novas contratações, e agora já falam de demissões em virtude do cenário mais desafiador.

Por outro lado, assim como observado nos resultados do 3T22, o resultado com crédito destas instituições poderá ser beneficiado pelos juros mais elevados impulsionando as receitas, principalmente pelos bancos com maior exposição ao crédito mais caro, como cartão de crédito. Àqueles com exposição maior ao varejo, como o caso do JP Morgan e Bank of America, devemos observar receitas de tarifas e serviços compensarem parcialmente a queda de receitas em outros negócios, bem como volume de crédito de mais curto prazo impulsionar o spread bancário.


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