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Gabriela Joubert

Publicado 30/mar8 min de leitura

O que o desmembramento da Alibaba pode significar para o setor de tecnologia asiático?

Recentemente, vimos um reposicionamento do governo chinês quanto à retomada do apoio ao setor privado – escrutinado nos últimos anos – via melhora do ambiente de negócios e revisão de regulamentações que vinham afetando a atuação de algumas companhias, principalmente no setor de tecnologia. Desde o final de 2020, o governo de Pequim vinha implementando medidas regulatórias para desacelerar o crescimento do setor tecnológico junto com o aumento do controle de dados online confidencias. Entre todas essas medidas, a que mais impactou a Alibaba foi a multa por compras corporativas sema devida informação ao sistema operacional antimonopólio do Partido Comunista, sendo o valor de cada violação o montante de US$ 80 mil. Como podemos ver no gráfico abaixo, a ação da companhia recua 68% desde seu pico histórico.

Fonte: Bloomberg e Inter Research

Contudo, em 2022, durante a reunião do Partido Comunista Chinês, o governo anunciou o novo plano de investimentos para o próximo quinquênio ancorado na transformação digital da China via avanço da indústria de tecnologia e inovação. Com isso, o país agora se prepara para uma mudança no direcionamento de suas ações e esforços, sinalizando melhor diálogo em favor do capital privado, buscando apoio do setor para impulsionar o crescimento econômico do país, que patina para atender às expectativas geradas após o processo de reabertura no final de 2022.

Com estes avanços recentes e com o governo chinês sinalizando flexibilização na ampla repressão regulatória, somado à volta de seu fundador para a China (que ficou mais de um ano “autoexilado”), a Alibaba, anunciou sua estratégia de se dividir em seis unidades de negócio, buscando aproveitar o benefício regulatório que entra em vigor, além de avançar na captação de novos recursos e impulsionar os negócios individualmente, destravando valor para seus acionistas.

A estratégia consiste na divisão de seis unidade de negócio (1.Cloud Intelligence Group, 2.Taobao Tmall Commerce Group, 3.Local Services Group, 4.Cainiao Smart Logistics Group, 5.Global Digital Commerce Group e 6.Digital Media and Entertainment Group) que, na visão do atual CEO, Daniel Zhang, tornará a organização mais ágil, encurtando os vínculos de tomada de decisão. Cada uma das seis empresas terá um CEO e um conselho independentes junto com a flexibilidade para levantar capital externo e a possível realização de novos IPO’s, com exceção da Taobao Tmall Commerce Group, que continuará sendo uma unidade de propriedade integral da holding Alibaba Group. Em complemento, o novo primeiro-ministro da China, Li Qiang, reconheceu que o retorno de Ma ao continente poderia ajudar a aumentar a confiança nos negócios.

Em nossa visão, a estratégia da companhia está ligada diretamente à flexibilização das medidas regulatórias implementadas pelo governo chinês, que até o momento seguia como maior risco para as empresas dentro do setor devido à alta exposição de suas receitas ao varejo local. Sendo assim, vemos os avanços como positivos não somente para a Alibaba mas também para outras companhias do segmento sediada na China, como o TikTok e sua controladora ByteDance.

Fonte: Alibaba e Inter Research

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