Macroeconomia


CSN | Resultados 1T22

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Gabriela Joubert

Publicado 05/mai5 min de leitura

Mineração forte impulsiona EBITDA e margens

Com resultados bem mais fortes que o esperado em seu braço de mineração, a CSN reportou número além das nossas expectativas, com receitas consolidadas levemente acima, mas EBITDA mais forte, em consequência das margens naturalmente mais altas na CSN Mineração. No entanto, não tiramos o mérito de seu core business, uma vez que os números na Siderurgia mostraram robustos volumes vendidos, apesar da sazonalidade, e preços ainda elevados, mesmo com as pressões momentâneas de alguns clientes no curto prazo. Os custos pesaram mais uma vez, de fato, e as pressões inflacionárias podem limitar os repasses de preço daqui para frente, contudo, vislumbramos um cenário de demanda ainda sustentável, o que poderia contribuir para que os resultados seguissem evoluindo, mesmo que em menor velocidade. Assim, mantemos nosso preço-alvo para CSNA3 YE22 em R$ 36/ação, com recomendação de Compra.

Agenda ESG: entregando. Ao longo do trimestre, a companhia certificou a CSN Cimentos Volta Redonda com a ISO14001 e também deu início a um novo Programa de Educação Ambiental no município de mesmo nome. Além disso, destacamos a adesão ao Net-Zero Steel Initiative (NZSI), por meio do qual a companhia trabalhará em conjunto com demais stakeholders visando progressos para um futuro de baixo carbono. A CNS reportou também avanços no percentual de mulheres e pessoas com deficiência dentre seus funcionários ante mesmo período do ano passado.

Resultado Consolidado: resultados fortes na mineração e recuperação de market-share na siderurgia. A receita líquida da companhia somou R$ 11.495 mm, 2,4% acima das nossas estimativas, e 13,6% maior t/t (-1,2% a/a), resultado de maiores volumes vendidos Siderurgia e preços realizados maiores na Mineração. O CPV totalizou R$ 7.287 mm, um avanço de 10% t/t (+5% R/E), novamente refletindo a alta dos preços dos insumos, em especial coque e carvão, bem como menor diluição do custo fixo com volumes mais baixos na mineração. As despesas VG&A reduziram 28% no trimestre, ficando em R$ 587 mm, resultado de maior controle de gastos da empresa, além de menores despesas na mineração em razão dos menores volumes vendidos e menores despesas de frete. Assim, com receitas avançando e custos menores na Mineração, o EBITDA consolidado ajustado somou R$ 4.718 mm, ficando 29% acima das nossas projeções e 27% maior que o 4T21.

Endividamento e Resultado Líquido. A dívida líquida no período fechou em R$ 18,6 bi, com uma alavancagem medida pela DL/EBITDA de 0,89x, abaixo da meta de 1x firmada pela companhia. O resultado financeiro fechou negativo em R$ 1.125 mm, resultado de receitas financeiras de R$ 186 mm, despesas de R$ 1.190 mm e variação cambial negativa de R$ 121 mm. Por fim, o lucro líquido fechou em R$ 1.364 mm, ante R$ 1.061 mm no 4T21.

Siderurgia: vendas avançam com expansão de market-share e demanda resiliente. Novamente, vimos recuperação no volume de vendas no período, mostrando tanto avanço de market-share (recuperando volume perdido no 3T21), quanto uma demanda mais resiliente, somando 1.157 kton (+13% t/t). As vendas no mercado interno somaram 754 kton, avanço de 21% t/t, mesmo crescimento observado no mercado externo, com destaque para o volume de vendas na SWT. A produção de placas recuou novamente, desta vez em virtude de mais paradas para manutenção e problemas com queda de energia, o que acende um alerta, totalizando 895 kton (-9,4% t/t). A Receita Líquida, então, somou R$ 7.882 mm, 3% maior t/t (-3,7% R/E), com os maiores volumes vendidos compensando a queda de 3,7% nos preços realizados no período. O custo de placas deu um salto e subiu 14,2% ante o 4T21, computando maiores custos com redutores e carvão, bem como menor diluição de custos fixos pelas paradas. Com isso, o EBITDA da operação totalizou R$ 2.024 mm, 19,5% menor que o 4T21.

Mineração: Preços mais altos compensam queda de volumes. Os resultados da CSN Mineração trouxeram números acima das nossas expectativas em razão, principalmente, dos maiores preços de minério de ferro nos mercados internacionais, que mais que compensaram a expressiva redução de volumes vendidos no período, impactado por chuvas e paradas e por custos menores que o esperado, em razão do menor volume produzido. Contudo, em cenário de preços de minério de ferro menores, poderemos ver margens mais comprimidas, considerando os ainda elevados custos de alguns insumos e a produção aquém do esperado, mesmo excluindo o efeito da sazonalidade.

Cimentos: sazonalidade e custos pesam na operação. A sazonalidade mais fraca no trimestre e demanda menos aquecida no mercado levou à queda no volume de vendas de 11% ante o 4T21, o qual totalizou 1.195 kton. As receitas somaram R$ 386 mm, 5,2% maior que o esperado, mas 8,7% abaixo do 4T21. Com custos de coque, energia e frete mais elevados, o EBITDA da operação totalizou R$ 99 mm, recuo de 28% t/t.

Fonte: Companhia e Inter Research

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