Preços mais altos compensam queda de volumes
Os resultados da CSN Mineração trouxeram números acima das nossas expectativas em razão, principalmente, dos maiores preços de minério de ferro nos mercados internacionais, que mais que compensaram a expressiva redução de volumes vendidos no período, impactado por chuvas e paradas e por custos menores que o esperado, em razão do menor volume produzido. Contudo, em cenário de preços de minério de ferro menores, poderemos ver margens mais comprimidas, considerando os ainda elevados custos de alguns insumos e a produção aquém do esperado, mesmo excluindo o efeito da sazonalidade.
No longo prazo, acreditamos na tese da companhia e em seus planos de se tornar um dos maiores players globais, inclusive de produtos premium. Mantemos nosso preço-alvo para CMIN3 YE22 em R$ 9/ação, com recomendação de Compra.
Agenda ESG. Destacamos os avanços da empresa para publicação de seu Re- lato Integrado previsto para junho, bem como a assinatura de acordo para utilização de frota de caminhões 100% elétricos em suas operações.
Produção e Vendas. A produção da companhia totalizou 6.468 kton, queda de 6,5% t/t, 16,4% menor a/a e 28% abaixo das nossas estimativas, impactada pelo maior volume de chuvas no trimestre, em especial em Minas Gerais e Rio de Janeiro. Com isso, as vendas reduziram 10% t/t, somando 6.932 kton, afetada pelo menor nível de produção, como falado, mas também por problemas no embarque em razão de parada para manutenção no TECAR, mais uma vez.
Desempenho Operacional. A receita líquida da companhia totalizou R$ 3.838 mm, 4,3% maior que nossas projeções e 45% acima do observado no 4T21, com preços realizados mais que compensando a queda de volumes vendidos no trimestre. Contrariamente ao observado nos últimos trimestres, a receita líquida por produto da empresa foi beneficiada pelo efeito de melhor precificação pelos defasados. O CPV reportou queda de 5,8% no trimestre, ficando em R$ 1.367 mm, em razão do menor volume produzido. O Custo Caixa C1, por sua vez, avançou 8,4% t/t, ficando em US$ 23,4/t, reflexo novamente (i) da menor diluição de custo em função da queda na produção, bem como (ii) impacto da variação cambial e (iii) maiores custos de insumos, parcialmente compensados por (iv) menores despesas portuárias e demurrage. Assim, o EBITDA ajustado encerrou o trimestre em R$ 2.415 mm versus R$ 850 mm no 4T21 e nossas expectativas de R$ 1.333 mm.
Endividamento e Resultado Líquido. A CSN Mineração fechou o trimestre com caixa líquido de R$ 2,1 bi e um nível de endividamento medido pela Dívida Líquida/EBITDA em -0,23x. O Fluxo de Caixa Livre no trimestre ficou negativo em R$ 2,5 bi. O resultado financeiro fechou negativo em R$ 965 mm, resultado de receitas financeiras de R$ 77 mm, despesas de R$ 139 mm e variação cambial negativa de R$ 903 mm. Por fim, o lucro líquido totalizou R$ 739 mm, ante R$ 704 mm no 4T21.