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Gabriela Joubert

Publicado 28/jun2 min de leitura

ETFs de cripto seguem no radar com VanEck formalizando o pedido para criação de um ETF de Solana

O foco desta semana recai sobre os ETFs de criptoativos, que continuam a moldar o cenário de investimentos digitais. Os ETFs têm se mostrado um canal importante para instituições que buscam exposição a esses ativos de forma regulamentada e segura, oferecendo uma ponte entre o mercado tradicional e o mundo cripto, potencialmente aumentando a adoção e a liquidez desses ativos.

O mercado de ETFs de Bitcoin esta semana experimentou uma saída líquida de US$ 85,4 milhões. Apesar disso, os 10 ETFs de Bitcoin listados nos EUA ainda mantêm US$ 53 bilhões sob custódia, representando 4,42% de toda a oferta de Bitcoin.

Enquanto isso, o mercado aguarda com expectativa a possível aprovação dos ETFs de ETH, prevista para a próxima semana, no dia 2 de julho. O mercado segue otimista com a data esperada, mas assim como aconteceu após as aprovações dos ETFs de Bitcoin, existe a possibilidade de uma correção no preço do Ethereum após a aprovação, seguindo o adágio "compre no boato, venda no fato". Investidores devem estar atentos a essa dinâmica de mercado.

Neste cenário de expansão, a gestora VanEck deu um passo significativo ao solicitar à SEC a aprovação do primeiro ETF de Solana nos Estados Unidos. Este movimento mostrou o interesse em diversificar as opções de ETFs para além do Bitcoin e Ethereum, sinalizando uma possível nova fase no mercado de ETFs de criptoativos.

A Solana, com uma capitalização de mercado de 67 bilhões de dólares e cotação atual de US$ 145,98, apresenta características distintas em relação ao Bitcoin e Ethereum. Enquanto o Bitcoin é primariamente uma reserva de valor e meio de pagamento, e o Ethereum é uma plataforma para contratos inteligentes e aplicações descentralizadas (dApps), a Solana se posiciona como uma alternativa de alta performance. Ela utiliza um mecanismo diferente, que visa oferecer maior velocidade de transação e menor custo. No entanto, assim como outras blockchains, a Solana enfrenta seus próprios desafios em termos de descentralização e estabilidade da rede. Com mais de 2.500 desenvolvedores ativos em seu ecossistema, a rede Solana processou uma média de 40,7 milhões de transações diárias no último trimestre de 2023, demonstrando sua capacidade de lidar com alto volume de transações.

Números de Mercado

O mercado de criptoativos enfrentou uma semana de volatilidade, com o Market Cap. totalizando US$ 2,29 trilhões, uma queda de 1,71% em relação à semana anterior. O TVL em DeFi também apresentou retração, fechando a semana em US$ 171,92 bilhões, uma baixa de 1,83%.

Entre os principais criptoativos, o Bitcoin (BTC) começou a semana sob pressão chegando a ficar abaixo dos US$ 59.000 na segunda-feira, mas recuperou, encerrando a semana em queda de 3,11%, cotado a US$ 61.642,30. Ethereum (ETH) apresentou uma variação menos acentuada, caindo 0,78% e fechando a US$ 3.456,62. Solana (SOL) e Polkadot (DOT) se destacaram positivamente, com aumentos de 10,98% e 12,82%, respectivamente.

As memecoins enfrentaram dificuldades, com a Shiba Inu perdendo sua posição no top 10 para a Tron (TRX). A rede Tron, reconhecida por ser similar a Ethereum, mas opera com uma certa centralização através de um sistema de Super Representantes. Tron (TRX) também registrou ganhos, subindo 3,67% na semana.

A dominância do Bitcoin diminuiu ligeiramente, fechando em 53%. Apesar da semana desafiadora, o mercado de criptoativos demonstrou resiliência, com alguns ativos apresentando desempenhos positivos em meio à volatilidade geral.

Notícias da Semana

VanEck solicita à SEC o primeiro ETF de Solana nos EUA

A VanEck, uma das primeiras emissoras de ETFs de bitcoin nos EUA, entrou com um pedido junto à SEC para lançar o primeiro ETF de Solana do país. O fundo, chamado VanEck Solana Trust, busca refletir o desempenho do preço da criptomoeda Solana, que a empresa acredita funcionar de forma semelhante a outros criproativos, como Bitcoin e Ether. O pedido surge após a SEC aprovar o lançamento de ETFs de ETH à vista nos EUA e concluir uma investigação sobre o status do Ethereum, encerrando debates sobre o status do ether como commodity. A ação da VanEck impulsionou o preço da Solana durante a semana.(link da notícia)

Banco Central adota nova norma para criptomoedas, reduzindo déficit em transações correntes em US$ 19 bilhões

O Banco Central do Brasil anunciou a adoção de uma norma técnica do FMI que reclassifica as criptomoedas sem emissor de "bens" para "ativos não financeiros não produzidos", a partir de julho de 2024. Essa mudança metodológica terá um impacto significativo no balanço de pagamentos do país, uma vez que as importações de criptoativos deixarão de ser registradas na balança comercial e passarão a ser contabilizadas na conta de capital. Como resultado, o déficit em transações correntes será reduzido em US$ 11,7 bilhões em 2023 e US$ 7,3 bilhões nos primeiros cinco meses de 2024. Renato Baldini, chefe adjunto do departamento de estatísticas do Banco Central, informou que as importações líquidas de criptoativos somaram US$ 11,7 bilhões em 2023 e US$ 7,3 bilhões de janeiro a maio de 2024, com as importações nos primeiros cinco meses de 2024 superando em mais de 100% as registradas no mesmo período em 2023, refletindo o crescente volume de importações de criptoativos no Brasil. (link da notícia)

Receita Federal determina retenção de imposto na fonte sobre rendimentos de criptomoedas, similar à bolsa de valores

A Receita Federal publicou uma Solução de Consulta que determina a retenção de Imposto de Renda na Fonte (IRRF) sobre rendimentos decorrentes da cessão temporária de criptomoedas para corretoras domiciliadas no Brasil. Essa medida será aplicada de forma similar ao que já acontece na bolsa de valores, onde o IRRF incide sobre ganhos líquidos em operações de curto prazo (day trade) e em algumas operações específicas. Os rendimentos serão tributados como aplicações financeiras de renda fixa, com alíquotas variando de 15% a 22,5%, dependendo do prazo de aplicação. As corretoras nacionais serão responsáveis por reter o imposto e reportar as operações à Receita Federal, conforme previsto na IN 1888. (link da notícia)

Município paulista lança primeira criptomoeda municipal do Brasil

O município de Santo Antônio da Alegria, no interior de São Paulo, em colaboração com as empresas C9 Tech, Tanssi, Polkadot e ICT Inova Brasil, anunciou a criação da primeira criptomoeda municipal do Brasil, denominada "Alegria". A criptomoeda será implementada por meio de uma solução integrada que inclui máquinas POS, celulares com NFC e um cartão físico com carteira Web3, eliminando intermediários tradicionais. O projeto, que visa trazer mais transparência, segurança e eficiência na gestão de benefícios sociais, será inicialmente utilizado para o pagamento de vale-refeição aos funcionários do município, com planos de expansão para incluir benefícios para todos os cidadãos. (link da notícia)

Glossário

  • TVL (Total Value Locked): métrica que representa o valor total de ativos depositados e bloqueados em protocolos descentralizados de finanças (DeFi) e outros aplicativos baseados em blockchain.

  • Halving: evento programado no protocolo do Bitcoin que reduz pela metade a recompensa de mineração a cada 210.000 blocos minerados, o que ocorre aproximadamente a cada 4 anos. O halving é um mecanismo deflacionário que controla a emissão de novos bitcoins e contribui para a escassez e valorização da criptomoeda a longo prazo.

  • Altcoins: termo que engloba todas as criptomoedas e tokens alternativos ao Bitcoin. As altcoins abrangem uma ampla gama de projetos com diferentes propósitos, tecnologias e casos de uso, como Ethereum, Solana, Cardano, entre outras.

  • DeFi (Decentralized Finance): ecossistema de aplicativos e protocolos financeiros construídos sobre redes blockchain, principalmente Ethereum, que buscam oferecer serviços financeiros de forma descentralizada. O DeFi engloba uma serviços como empréstimos, negociação de ativos, gestão de portfólio e seguros.

  • LST (Liquid Staking Token): tokens que representam uma participação em staking na rede Ethereum. Quando um usuário faz staking de seus ETH, ele recebe tokens LST em troca, que podem ser usados em outros protocolos DeFi ou negociados no mercado secundário. Diferente do staking puro de Ethereum, tokens LST permitem que os usuários usufruírem do valor e maior liquidez de seus ativos enquanto participam do staking e ajudam a proteger a rede Ethereum.

  • Lending: é um serviço oferecido por protocolos descentralizados em blockchains públicas, como Ethereum, que permite aos usuários emprestar e tomar emprestado criptomoedas. Os usuários podem depositar suas criptomoedas nesses protocolos e ganhar juros, enquanto outros podem tomar esses fundos emprestados e pagar juros. O processo é facilitado por contratos inteligentes, que automatizam as transações e garantem a segurança dos fundos. Quando um usuário não consegue pagar seu empréstimo, o protocolo liquida automaticamente a dívida, vendendo as criptomoedas depositadas como garantia. A maioria dos empréstimos é super colateralizada, o que significa que os usuários precisam depositar um valor maior em criptomoedas do que o valor que desejam emprestar, reduzindo o risco de inadimplência.

  • Memecoin: criptomoeda inspirada em memes da internet, geralmente criada como uma piada ou para fins de especulação. As memecoins geralmente têm pouco ou nenhum valor intrínseco ou utilidade prática, e seu valor é impulsionado principalmente pelo humor e pelo interesse da comunidade. Exemplos populares de memecoins incluem Dogecoin (DOGE e Shiba Inu (SHIB.

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