Macroeconomia


Criptoworld – Ed.07.24

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Gabriela Joubert

Publicado 17/mai3 min de leitura

Dominância relativa do Bitcoin nos ciclos de mercado e o top 10 maiores criptoativos

O mercado de criptomoedas tem ganhado cada vez mais relevância no cenário financeiro global, atraindo investidores de diversos perfis. Para compreender melhor a dinâmica desse mercado, é crucial analisar o valor de mercado total das criptomoedas e a tendência da dominância relativa do Bitcoin em relação aos demais criptoativos.

Neste relatório, exploraremos a evolução do market cap total de criptomoedas e a dominância relativa do Bitcoin nos últimos anos, além de apresentar uma visão geral dos 10 maiores criptoativos por valor de mercado.

O gráfico abaixo mostra a evolução do valor de mercado total das criptomoedas a partir de 2018, destacando as áreas correspondentes aos dez maiores criptoativos atuais. É possível observar o bull market de 2020 a 2022 onde o mercado apresentou um crescimento significativo.

Ao analisar a dominância relativa do Bitcoin, notamos um padrão interessante. Durante os ciclos de alta do mercado, a dominância do Bitcoin tende a diminuir, indicando que outros projetos menores começam a se valorizar mais rapidamente que o próprio Bitcoin. Isso acontece principalmente no momento mais ascendente da valorização, que ocorreu no final de 2020 até o final do primeiro semestre de 2021 onde a dominância relativa do BTC foi de 60% para 40% em alguns meses. Esse fenômeno ocorre quando os investidores passam a ter mais apetite por altcoins que ainda não acumularam muito valor de mercado, buscando oportunidades de maior retorno.

Top 10 Criptoativos atuais

O top 10 criptoativos por capitalização de mercado atual ainda reflete as narrativas e o estado do mercado cripto durante o último bull market. Bitcoin, Ethereum e BNB reforçam a importância das blockchains Layer 1, enquanto a ascensão de projetos como Solana demonstra o interesse em alta performance e escalabilidade. Stablecoins como Tether e USD Coin destacam a demanda por estabilidade e liquidez. O ranking atual já passou por algumas mudanças e próximo bull market trará uma composição ainda mais diferente para o top 10, refletindo novas tendências e demandas do mercado.

A tabela a seguir apresenta os dez maiores criptoativos por valor de mercado e seus preços atuais, divididos em categorias de Blockchains Layer 1, Stablecoins e Memecoins.

Blockchains Layer 1:

As blockchains Layer 1 são as redes principais que formam a base do ecossistema cripto. Essas blockchains são responsáveis por processar e validar transações, além de fornecer uma infraestrutura segura e descentralizada para a criação de aplicativos e contratos inteligentes.

Stablecoins:

As stablecoins foram tema principal do nosso último relatório, o Criptoworld – Ed.06.24. Essas moedas digitais são usadas principalmente como meio de troca e reserva de valor. 

Memecoins:

As memecoins são criptomoedas que surgiram inspiradas em memes da internet ou como uma forma de sátira ao mercado cripto. Embora tenham começado como brincadeiras, algumas dessas moedas ganharam popularidade e valor significativo ao longo do tempo.

Números de Mercado

O mercado de criptoativos respondeu positivamente à inflação dos EUA abaixo do esperado, com o Market Cap. totalizando US$ 2,4 trilhões, um aumento de 2,56% em relação à semana anterior. O TVL em DeFi também apresentou crescimento, fechando a semana em US$ 162,17 bilhões, uma alta de 4,53%.

Entre os principais criptoativos, o Bitcoin (BTC) se destacou com uma valorização de 5,12%, encerrando a semana em US$ 66.304,74. Ethereum (ETH) teve uma variação mais modesta, subindo 0,06% e fechando a US$ 3.034,17. Chainlink (LINK) foi o destaque positivo, com um aumento expressivo de 16,29%, atingindo US$ 16,60. Solana (SOL) também apresentou um desempenho favorável, subindo 9,06% e encerrando a semana em US$ 168,02.

A dominância do Bitcoin aumentou, fechando a semana em 54,4%, indicando uma maior preferência dos investidores pelo principal ativo do mercado em relação às altcoins. Apesar do aumento na dominância do Bitcoin, o mercado de criptoativos demonstrou um desempenho positivo geral, com a maioria dos principais ativos registrando ganhos na semana.

No painel abaixo temos a variação semanal de preços dos 10 maiores criptoativos, retirando as duas stablecoins que mantem a cotação de 1:1 com o dólar, e acrescentando Avalanche, uma blockchain layer 1 e a Shiba Inu, uma memecoin que ganhou espaço no mercado no último bull market.

Notícias da Semana

Chainlink dispara 18% após anunciar parceria com JP Morgan e BNY Mellon

A Chainlink, uma rede descentralizada de oráculos que fornece dados para várias blockchains, viu o preço de seu token LINK subir 18,8% após o anúncio de um teste bem-sucedido de tokenização realizado pela DTCC, a maior empresa de liquidação e compensação dos EUA, em parceria com gigantes de Wall Street como JP Morgan e BNY Mellon. O teste, chamado Smart NAV, utilizou o protocolo de interoperabilidade entre blockchains da Chainlink (CCIP) para disponibilizar dados de fundos mútuos em redes públicas de forma agnóstica. O sucesso do teste indica um crescente interesse das instituições financeiras tradicionais em utilizar a tecnologia blockchain e tokenizar ativos, abrindo caminho para futuras aplicações e casos de uso no setor. (link da notícia)

BNDES anuncia lançamento piloto da Rede Blockchain Brasil para agosto

O BNDES planeja lançar em agosto a versão piloto da Rede Blockchain Brasil, uma infraestrutura blockchain permissionada que permitirá o desenvolvimento de aplicações por entidades interessadas. O lançamento está previsto para ocorrer em um evento na sede do TCU em Brasília, já contando com alguns casos de uso iniciais, como um sistema de diploma digital pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa e uma cadeia de custódia de provas. Atualmente, a rede conta com a participação de órgãos públicos, universidades e centros de pesquisa como membros validadores. Apesar de ser uma rede permissionada, o especialista do BNDES Gladstone Arantes espera que no futuro os governos possam utilizar blockchains públicas. (link da notícia)

Oklahoma se torna o primeiro estado dos EUA a proteger o direito à auto-custódia de Bitcoin

Oklahoma se tornou o primeiro estado americano a aprovar uma lei que protege o direito dos cidadãos de manter e controlar ativos digitais usando uma carteira de hardware. A nova lei, chamada de "Bitcoin Rights", também proíbe o governo estadual de banir ou restringir o uso de criptomoedas para comprar bens e serviços legais. Além disso, a mineração doméstica de ativos digitais será permitida, desde que os mineradores cumpram as ordenanças locais sobre ruído. O projeto de lei, criado pelo Satoshi Action Fund, foi introduzido em outros 15 estados e espera-se que leis semelhantes sejam aprovadas em breve em todo o país, independentemente de divisões partidárias. (link da notícia)

Mastercard e Standard Chartered realizam teste de tokenização de depósitos em Hong Kong

A Mastercard e o Standard Chartered de Hong Kong concluíram com sucesso o primeiro teste em tempo real da Multi-Token Network, uma plataforma de tokenização de ativos desenvolvida pela Mastercard. O piloto, realizado dentro de um sandbox regulatório da Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA), envolveu a tokenização de créditos de carbono e uma troca atômica entre os tokens criados. Esse teste demonstra o crescente interesse e avanço no mercado de tokenização em Hong Kong, com o apoio do regulador local, que tem incentivado a inovação financeira e o desenvolvimento de um centro de ativos digitais no país. (link da notícia)

Glossário

  • TVL (Total Value Locked): métrica que representa o valor total de ativos depositados e bloqueados em protocolos descentralizados de finanças (DeFi) e outros aplicativos baseados em blockchain;
  •  Halving: evento programado no protocolo do Bitcoin que reduz pela metade a recompensa de mineração a cada 210.000 blocos minerados, o que ocorre aproximadamente a cada 4 anos. O halving é um mecanismo deflacionário que controla a emissão de novos bitcoins e contribui para a escassez e valorização da criptomoeda a longo prazo;
  • Altcoins: termo que engloba todas as criptomoedas e tokens alternativos ao Bitcoin. As altcoins abrangem uma ampla gama de projetos com diferentes propósitos, tecnologias e casos de uso, como Ethereum, Solana, Cardano, entre outras;
  • DeFi (Decentralized Finance):ecossistema de aplicativos e protocolos financeiros construídos sobre redes blockchain, principalmente Ethereum, que buscam oferecer serviços financeiros de forma descentralizada. O DeFi engloba uma serviços como empréstimos, negociação de ativos, gestão de portfólio e seguros.

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