*Agenda macro robusta e resultados das Big Techs*
Mercados vão digerindo a bateria de dados macroeconômicos, corporativos e a agenda de decisões de diversos bancos centrais que acontece esta semana. Na Europa, o PIB da zona do euro surpreendeu e bolsas sobem. Os juros das Treasuries norte-americanas têm forte recuo no mês, antecipando cenário de cortes de juros em breve pelo FED. No Brasil, mercado aguarda detalhamento do plano de cortes de R$ 15 bi e resultados corporativos.
*Estados Unidos:*
Os índices norte-americanos fecharam sem direção definida ontem, com investidores na expectativa dos resultados de grandes nomes como Microsoft (que reporta hoje após o fechamento), bem como Apple e Amazon, ao longo da semana. Mercado também aguarda a decisão do FED nesta quarta, que deve manter os juros no atual patamar, mas sinalizar que o ciclo de cortes se aproxima. Os dados recentes de atividade e inflação mostram que a economia norte-americana possivelmente esteja desacelerando, o que pavimentaria o caminho para flexibilização da política monetária. Os juros das Treasuries de 10 anos recuaram fortemente nas últimas semanas, saindo de 4,6% no início de junho para 4,15%. Em semana de agenda cheia, teremos também dados de mercado de trabalho, com relatório Jolts, além da confiança do consumidor.
*Mundo:*
Na Ásia, as bolsas fecharam, em sua maioria, em baixa, com o sentimento de aversão ao risco prevalecendo antes de decisões de BCs globais e dados macroeconômicos importantes. Na região, o foco fica por conta da decisão do BoJ na quinta, com economistas divididos entre aumento ou não dos juros. Na China, as bolsas seguem em tendência de queda, chegando ao menor patamar em seis meses, enquanto investidores aguardam o PMI na quarta. Já Na Europa, o PIB da zona do euro cresceu 0,3% t/t, acima do consenso, mas com comportamento diverso entre os países. Enquanto Espanha, França e Itália surpreenderam positivamente, Alemanha cresceu menos que o esperado. Mercado agora monitora a temporada de balanços e aguarda dividido a decisão do BoE na quinta.
*Brasil:*
Pressionado pelos papéis da Petrobras e pelo setor de Varejo, o Ibovespa recuou 0,42% ontem e o dólar fechou em R$ 5,62. O relatório Focus mostrou novamente revisão para cima das projeções de inflação, mas também para o PIB. O risco fiscal segue como principal desafio para o mercado local. Esta semana, na Super Quarta, teremos também a decisão do COPOM que deve manter os juros no atual patamar. Mercado discute se o fiscal volta a ser considerado no balanço de riscos do Bacen. Mas, antes disso, mercado aguarda o detalhamento do plano de corte de gastos por ministério que deverá somar R$ 15 bi e que será divulgado hoje. Nos dados macroeconômicos, teremos também Caged e confiança do consumidor.
*Abertura:*
Na abertura, o índice dólar (DXY) opera estável, assim como os juros das Treasuries, enquanto futuros em Nova Iorque ensaiam leve alta. Commodities recuam em bloco, com perspectiva de menor crescimento global. Criptoativos também caem.
*O que esperar?*
Localmente, investidores ficam de olho no relatório que detalha o plano de contingência de R$ 15 bi do governo, além do relatório de produção e vendas da Petrobras, antes da decisão do COPOM amanhã. Com cenário internacional morno, mas commodities em queda, poderemos ter alguma pressão das exportadoras no índice novamente.