*Bolsas sobem, mas cautela ainda prevalece antes do FOMC na quarta*
Bolsas encerraram em alta ontem, em dia sem grandes novidades, enquanto a narrativa de juros mais altos por mais tempo segue firme, mas mercado redireciona a atenção aos balanços das Big Techs e a tese de AI. No Brasil, a agenda política permeia o cenário macro com o fiscal, mas a temporada de balanços fica no radar.
*Estados Unidos:*
Os índices norte-americanos iniciaram a semana em tom positivo, em dia de agenda esvaziada, mas mantendo certa cautela em semana carregada de dados macro, em especial sobre mercado de trabalho, decisão do FOMC sobre juros e agenda corporativa cheia, com 175 empresas reportando seus balanços, com destaque para Apple e Amazon. De fato, o sentimento melhorou com a retomada da tese sobre AI, após os resultados de Google e Microsoft, mas investidores ainda aguardam ansiosos pelos comentários de Powell na quarta, após a decisão do FED que deve manter os juros no atual patamar, mas trazer um comunicado mais firme sobre o comportamento da inflação até o momento. Hoje, futuros estão em leve queda, puxados por Apple e Tesla, que revertem parte dos ganhos de ontem.
*Mundo:*
Na Ásia, as bolsas encerraram majoritariamente em alta nesta madrugada. Na China, o PMI Oficial de Serviços e o Composto recuaram na comparação mensal, mas ficaram novamente acima de 50 pts, indicando expansão. Por outro lado, o PMI Caixin manufatura avançou mais que o consenso, ficando em 51,4 pts. No geral, observou-se crescimento nos diferentes segmentos da economia, exceto por Real Estate e o setor financeiro. Mercado se prepara para a reunião anual do Partido, de onde sairão as diretrizes para a economia no longo prazo, além de prováveis reformas necessárias em diversas esferas governamentais. No Japão, a discussão segue sobre a fraqueza do iene e a possibilidade de interferência pelo BoJ. Já na Europa, a inflação de abril ficou estável, em 2,4%, conforme esperado, enquanto a leitura inicial do PIB do 1T24 mostra que a Zona do Euro cresceu levemente acima das expectativas. Com estes dados, mercado segue apostando em início de cortes pelo BCE em junho, mas sem pressão para acelerar o ritmo no restante do ano.
*Brasil:*
Assim como seus pares internacionais, o Ibovespa fechou o dia em alta de 0,65%, beneficiado pelo avanço de papéis como Vale e Petrobras. Porém, o destaque ficou por conta da alta de 34% dos papéis das Casas Bahia, depois que a empresa anunciou um acordo extrajudicial com bancos credores para reestruturação de sua dívida. O dólar encerrou o dia em R$ 5,12, próximo à estabilidade. Haddad apresentou ontem ao Congresso a proposta de regulamentação da Reforma Tributária. Hoje, na agenda política, a CCJ do Senado pode votar projeto que reformata o DPVAT, altera o arcabouço fiscal e libera crédito de R$ 15 bi para o governo. Dados mostram que aumenta o número de empresas em recuperação judicial no país. Hoje também, mercado digere balanço do Santander divulgado ontem e se prepara para números do mercado de trabalho.
*Abertura:*
Na abertura, futuros em Wall Street têm leve recuo e juros estão firmes em toda a curva, apesar do alívio momentâneo. O índice dólar, DXY, está estável, enquanto o petróleo avança. Bitcoin recua, devolvendo boa parte dos ganhos do ano.
*O que esperar?*
O exterior negativo pode limitar os ganhos do Ibovespa, com mercados operando em ritmo de cautela, de olho nos balanços da temporada, mas também aguardando comentário de Powell, presidente do FED, após a decisão de juros esperada para amanhã. Localmente, a agenda corporativa também faz seu preço, com números dos bancos e outras empresas sendo divulgados ao longo da semana.
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