Mercados seguem corrigindo, dando adeus ao momentum que mantinha a tendência de alta dos ativos, conforme os balanços divulgados até agora, piores que o esperado, colocam em dúvida as expectativas extremamente otimistas dos analistas. As empresas de tecnologia são as maiores quedas, com Nasdaq ontem recuando quase 4%. No Brasil, o foco fica pela inflação, com IPCA-15.

Estados Unidos:
As bolsas norte-americanas tiveram forte queda ontem, com destaque para Nasdaq que recuou 3,64%, pressionado pelos papéis da Tesla e da Alphabet, após resultados abaixo do esperado, o que coloca em dúvida se as empresas serão capazes de bater as expectativas de Wall Street. Lembrando que o mercado espera avanço de 9,9% a/a nos lucros. Os juros das Treasuries ficaram mistos, com investidores de olho em dados macroeconômicos, acessando o ritmo de crescimento e a sinalização de cortes de juros pelo FED. Mercados começam a apostar em cortes antes do esperado, com receios de que a economia norte-americana desacelere mais rapidamente que o esperado. Hoje sai o PIB do 2T24 e PCE amanhã. Ontem, venda de casas novas mostraram nova contração em junho, mas a atividade comercial avançou, podendo dar algum ímpeto à inflação no curto prazo.

Mundo:
Na Ásia, tivemos dia de pressão vinda do setor de tecnologia, seguindo Nova Iorque e Nasdaq. O Nikkei recuou mais de 3% e por lá, mercado eleva apostas de que o BoJ eleve os juros já na reunião da próxima semana. Na China, o banco central surpreendeu ao entregar um corte na taxa de juros de 1 ano, primeiro desde agosto de 2023. Em Hong Kong, o índice entrou em correção técnica, apesar dos resultados das empresas virem acima das expectativas. Na Europa, as bolsas têm forte queda nesta manhã, também puxadas pelos balanços das empresas, abaixo do esperado. Mais de 25% das companhias europeias reportaram balanços, sendo que menos da metade bateu as estimativas. No campo macro, tanto o índice Ifo na Alemanha quanto a confiança empresarial na França recuaram e mercado espera novo corte de juros pelo BCE na próxima semana.

Brasil:
Apesar da aversão ao risco global, o Ibovespa ontem fechou praticamente de lado, em queda de apenas 0,13%, segurado pela recuperação das exportadoras, que subiram com as commodities. No entanto, do lado negativo tivemos as varejistas, com Carrefour recuando mais de 7%, reflexo do balanço pior que o esperado. O dólar fechou em alta de 1,16%, a R$ 5,66. Hoje, mercado monitora dados de IPCA-15 que deve avançar 0,23%, de acordo com as projeções do Broadcast. Teremos também dados do setor externo e arrecadação de junho e no corporativo, a Vale divulga balanço. Governo começa a alinhar sua agenda para o segundo semestre e devemos ver foco na reforma tributária na Câmara e no Senado, temos também a desoneração da folha e as medidas compensatórias.

Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) recua, enquanto futuros em Wall Street estão em leve queda, com investidores ainda receosos com a temporada de balanços e dados de atividade nos Estados Unidos. Os juros das Treasuries recuam, assim como commodities e os criptoativos.

O que esperar?
Mercado local se prepara para a temporada de balanços aqui, enquanto agora espera a retomada das atividades políticas em agosto, mas fica de olho também nos resultados das empresas norte-americanas e no ritmo de crescimento da maior economia do mundo, com PIB saindo hoje. Aqui, ficaremos de olho na inflação, com IPCA-15.