Macroeconomia


Bom dia, Inter! – 21/05/24

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Gabriela Joubert

Publicado 21/mai

Focus traz inflação e juros mais altos e bolsa recua. Foco na Ata do FOMC

O sentimento de cautela prevalece antes de Ata do FED e mais falas de dirigentes da instituição que acontecem ao longo do dia, enquanto investidores aguardam resultado da Nvidia. Na China, bolsas encerraram em queda, com mercados ponderando as expectativas para o mercado acionário local. No Brasil, expectativa de juros e inflação mais altos pesam nos ativos de risco.

*Estados Unidos:*
Os mercados hoje amanhecem em campo levemente positivo, seguindo a trajetória de ontem, em dia de agenda macro vazia, mas repleta de falas de dirigentes do FED. Mercado segue atento às sinalizações da instituição sobre início dos cortes de juros no país e o ritmo destes cortes até o fim do ano, uma vez que aumenta a confiança de que a inflação esteja, finalmente, convergindo à meta. Do lado corporativo, mercado aguarda os resultados de Nvidia, que reporta na quarta, com expectativas de mais uma rodada de números fortes, reforçando a tese sobre AI. No entanto, alguns investidores reforçam seus receios quanto ao mercado acionário americano depois que o último dos pessimistas revisou para cima sua projeção para o S&P500 no fim do ano.

*Mundo:*
Na Ásia, as bolsas tiveram dia negativo, com investidores no aguardo da Ata do FOMC e monitorando as medidas de auxílio ao setor imobiliário chinês anunciadas recentemente. Investidores se dividem quanto ao mercado acionário na China, com os otimistas apostando em valuations baratos e vendo potencial de recuperação de lucros com a estabilização da economia. Na outra ponta, as tensões geopolíticas com os Estados Unidos, bem como a crise imobiliária e a economia ainda patinando são os principais fatores de preocupação. Na Europa, os índices têm leve recuo, revertendo os sinais positivos da abertura, após dados mostrarem aceleração nos custos de mão-de-obra na região. Ao mesmo tempo, inflação ao produtor na Alemanha surpreendeu ao vir abaixo do esperado, assim como inflação de alimentos no Reino Unido. Investidores seguem apostando em início de cortes em junho pelo BCE.

*Brasil:*
Descolado dos pares, o Ibovespa recuou 0,31% ontem, com investidores mais cautelosos diante das apostas de juros mais altos no país. O relatório Focus mostrou avanço nas expectativas de inflação e na Selic, reflexo da mensagem passada pelo Copom na última reunião que decidiu por um corte de 0,25 p.p. na Selic. Mercado agora projeta a taxa básica de juros em 10% no fim deste ano, ante projeções de 9,75% na semana anterior. A recente alta das commodities eleva preocupações quanto à inflação e o fiscal também segue sendo monitorado. No campo político, as discussões sobre a desoneração da folha de pagamentos têm trégua, com a decisão do STF que restabeleceu a desoneração de 17 setores da economia.

*Abertura:*
Na abertura, o índice DXY está levemente em queda, enquanto futuros em Nova Iorque estão de lado e os juros das Treasuries cedem. As commodities metálicas continuam no radar dos investidores, após o índice da Bloomberg bater novamente as máximas históricas. Bitcoin avança mais de 2%, em US$ 71 mil, com alta generalizada das criptomoedas, puxado pelo avanço da Ether, com rumores de que os Estados Unidos devam aprovar ETF que investe diretamente no ativo digital.

*O que esperar?*
Com mercado externo em ritmo de cautela antes da ata do FED e monitorando falas de membros da instituição, devemos ter também dia morno por aqui, mas a alta das commodities metálicas podem ajudar exportadoras do setor. Petrobras continua no radar em meio às mudanças no seu comando e com a queda do petróleo pressionando os papéis.
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