FED mantem juros e bolsas batem recordes lá fora
Mercados encerraram em campo positivo ontem, engajados pelo otimismo com a sinalização do FOMC que manteve os juros, mas confirmou as expectativas de três cortes para o ano. Todos os três principais índices americanos bateram recorde e bolsas emergentes também tiveram forte avanço, corroborando a tese de melhor performance de ativos de riscos em momentos de flexibilização da política monetária norte-americana. Aqui, o COPOM reduziu a SELIC em 0,5 p.p., para 10,75%, conforme esperado, e sinalizou ao menos mais um corte de mesma magnitude para o próximo encontro.
Estados Unidos
Após a decisão de FED que manteve os juros no atual patamar e sinalizou possíveis três cortes para o restante do ano, conforme as projeções do dot plot, as bolsas firmaram a tendência de alta e tivemos recorde triplo, com o S&P 500 batendo a marca dos 5.200 pontos. Investidores elevaram as apostas de fim do ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos para junho. Papéis que estavam de lado no ano avançaram, como small caps, assim como índices atrelados às bolsas emergentes. Os juros tiveram leve recuo. No entanto, o FED também sinalizou menos cortes em 2025 e 2026. Hoje, futuros indicam manutenção da tendência altista, enquanto mercados olham dados de mercado de trabalho, PMIs e Vendas de Casas Usadas.
Mundo
Na Ásia, as bolsas também avançaram no geral. Na China, o PBoC indicou potencial redução no compulsório, impulsionando a liquidez local, enquanto mostrou que novos cortes nos juros podem não ocorrer neste momento. Já no Japão, na volta do feriado, o Nikkei teve forte avanço, com alta de praticamente todos os setores. E na Europa, as bolsas sobem com o otimismo global pós-FED, puxada por ações de tecnologia e commodities, conforme investidores reforçam apostas no ciclo de baixa dos juros. O Banco Nacional da Suíça surpreendeu ao anunciar um corte de 0,25 p.p. nos juros e agora a atenção se volta ao BoE, BC da Inglaterra, que decide sobre juros hoje também e deve manter a taxa no atual
patamar. Mercado também olha PMI na Zona do Euro.
Brasil
Seguindo os pares internacionais e beneficiada pelo maior apetite ao risco após decisão do FED, a bolsa brasileira encerrou em alta de 1,25% ontem, também impulsionada pela decisão do COPOM, que levou a Selic a 10,75% conforme esperado, e já sinalizou mais um corte de 0,5 p.p. para a próxima reunião. No entanto, a instituição removeu de seu comunicado os guidances, em razão das maiores incertezas quanto à inflação, indicando que as decisões agora acontecerão conforme a evolução dos indicadores econômicos. No campo político, Comissão da Câmara aprova
requerimento sobre a PL dos motoristas de aplicativos e as discussões sobre o futuro do Perse continuam. Hoje temos arrecadação.
Abertura
Na abertura, o índice DXY subia moderadamente, enquanto juros das Treasuries estavam estáveis e futuros em Wall Street tinham leve alta. Petróleo tem leve recuo, mas minério de ferro opera acima de US$ 100/t. Bitcoin cai, mas segue operando acima dos US$ 66 mil.
O que esperar?
A continuidade do otimismo nos mercados internacionais deve ajudar a manter a tendência de alta para o Ibovespa, mesmo com recuo das commodities no dia, que não influenciam a queda de mineradoras e petroleiras no exterior. Mercado monitora arrecadação aqui.